sábado, 4 de maio de 2013

Politeama

Sicília. Após festividades em Palermo, que merece bem mais que dois dias, vim me recolher aos pés do Etna, esse colosso hiperativo.

Não sei se devido às iras do vulcão, a Sicília tem a melhor laranja do mundo. Vermelha, saborosa, intensa. E o limão? Uau! Você não vai querer outro.

Taormina é cidade histórica que ombreia Carcassone, e excede Talim em encantos.

A Sicília é uma aventura de difícil descrição. De um lado, templos gregos. De outro, a herança romana. A tudo presidindo, a comida.

Considero tudo que eu sabia sobre comida mediterrânea um grande mal-entendido. Aqui se cozinha. E aqui se come.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Pace e gioia sia con voi

Começa a viagem. Vaguei a esmo por essa simpatia chamada Milão. Na chegada, ontem, emergi em frente ao Duomo, alvo mármore em formas góticas inesgotáveis.

Bermuda e havaianas chamaram a atenção, e foram devidamente reprovadas na capital da moda européia. Quando as chinelas arrebentaram, marchei descalço por entre Fendis, Armanis, Hermès, para o desgosto de chineses e japoneses, abundantes.

Hoje voltei ao Duomo. Diria que inadvertidamente resisti ao maciço branco. Um certo estranhamento. O mármore vertiginoso, a pedra entregando perfeições pias, a sugestão de transcendência: foi demais.

Refugiei-me provisoriamente na Galeria e provei uma pizza ultra-italiana, honesta e apetitosa.

Voltei à luta com a catedral. Movi a nave no espaco, e obtive argumentos por revolução. Tentei descobrir suas falhas, pesquisei sua projeção nos séculos. Parece que o monolito não consente uma crítica.

Tampouco o monumento me aceitou. Minha arquitetura, insatisfatória, e o acabamento, descuidado, não convenceram.

Seja como for, fui ao castelo e saí pela cidade, seus jardins e cafés. A salada mais inacreditável me aguardava e a burrata era meu destino. Rendido a Sua Excelência, a comida local, fechei a noite no Scalla.

Voltei ao hotel. Emocionados, os funcionários fizeram festa ao me ver calçado.