sábado, 22 de junho de 2013

Simão

Filosofo Simão, na folha de hoje:

Feliciano, me da um atestado que hoje acordei sapata!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Teerã

O Topkapi, em Istambul,  pode ter seus diamantes, e ate parecer nababesco. Feirinha de bijuterias, perto do museu de jóias de Teerã.

Transitei entre respeitáveis sobreviventes. Eu arriscara alguns passos, livrando alguns carros e motos quando parei no meio da pista, entre ônibus, carros e mais motos. Cuidei de espelhar o movimento de dois iranianos que me serviam de biombo, ou salvo-conduto. Um taxi quase  os colhia. Saltei a frente tentando livrar parte do corpo. Se outro carro não estivesse me esperando.

Você bem que tenta se esquivar ao menos das motos. Elas se juntam aos carros, nos dois sentidos do tráfego, e ainda desfrutam da contramão, em ambas direções. Algumas saem em louca diagonal, brotam do chão e uma delas só pode ter caído de uma árvore.

Prossegui. Rente à barragem de motos e carros, a um triz de transbordar, furiosa com minha só existência pedestre, marchei.

Com fé em deus alcancei a calçada, onde a guerrilha de motos se intensificava.

E ainda nem falei das bicicletas.

Yazd

Marrom de inalterável perfeição: montanhas, casas, o horizonte. Uma melancia calou a sede após o passeio e induziu amizades no hotel. 

Kashan: 
Fin é um oasis ajardinado, e não há coisa mais amiga em Kashan, que também tem belíssimas mansões antigas, ao estilo dos sultões. Abyaneh é uma vila vermelha na montanha. 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Dubrovnik

Cidade mais linda da minha experiência, já vasta.

Caminhei pela muralha da cidadela, ao pôr do sol. Tudo mármore e telhado marrom.

Depois, a Bósnia, e nova caminhada por esse encanto Adriático.

Dubrovnik, e seu gasto mármore, é jóia de intensa felicidade.

domingo, 16 de junho de 2013

Meus livros de cabeceira

Manual dos Insultos (compêndio). Na verdade é obra introdutória a essa arte milenar. Eu mesmo fiz generosos acréscimos ao repertório, um pouco tímido, e muitos vão de emenda, sem outro afã que contribuir. Obra edificante. Se o leitor sente algum apreço pelo meu jeito de ser, se gostou de alguma coisa que eu disse, tudo se deve à leitura atenta desse livrinho.

Kama Sutra (para lésbicas). Por puro e ortodoxo, dispensa comentários. Muito do que sou, devo a essa obra ilustrada, educativa e cativante. 

Shiraz

Na chegada a Shiraz um velho "sugeriu" o seguro estatal. Aguardei na madrugada quase uma hora pelo visto. Após uma saraivada de perguntas repetitivas, dobrei o burocrata com minha funcional. Vocês não adivinham o amor que desperta num burocrata um plastiquinho embandeirado.

Após apertar os olhinhos no pequeno cartão, dificilmente aceito no Brasil, ele pergunta:

- Judiciário?
- Te falei, rapaz. Judiciário!
- Tipo... ministerial?
- Imperial! Quase sideral! Só estou abaixo do PRE, se já não ultrapassei aquele vadio.

Visto concedido, valor pago, esperei a emissão, e a sagração do carimbo. Um gato passeava sobre os guichês, àquela hora dormidos.

Atrás das gôndolas um motorista brincava de carrinho com minha mala, risonho: vruuuum, vruuuuum!

Ao hotel.  Um labirinto que, na urgência da madrugada, me pareceu interminável.

Na portaria um funcionário sonolento apontou meu quarto. Era o primeiro, atrás de uma enorme porta dupla, vermelha, estofada. Liguei o ar e desmaiei. Sobreveio o almoço.

Verifiquei depois que a funcional, na verdade, é a carteirinha de sócio da Afatrems. Coisa pouca.

Liberdade, ainda que tardia

Finalmente deixei a prisão dos aiatolás.

Jornais, canais de notícia, blogs, redes sociais: tudo ameaça o regime, evidentemente insustentável.

A polícia está o tempo todo vigiando. Você sai de um restaurante, lá está o carro verde dos comissários.

Vê-se por que lula é tão amiguinho desse regime: é o que ele gostaria de implantar no Brasil. Controle social da mídia: o PT tem muito a aprender com os aiatolás.

Quanto aos iranianos, deixo para um outro momento. O importante é que consegui livrar-me solto.

O povo que vi nas ruas, não.