segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

O incidente do queijo

Hello, everybody! Cheguei a Adelaide, cidadezinha do sul da Austrália. Está chovendo um pouco, e breve sairei para conhecê-la melhor. Passei três dias em excursão entre Melbourne e aqui. Melbourne é a cidade mais interessante da Austrália, até agora. É simplesmente fantástica. Vou reproduzir, abaixo, um pequeno relato da excursão. Numa pequena cidade, entre Melbourne e Adelaide, tive a discutível idéia de comprar um queijo. Como o ônibus não tinha geladeira, acomodei-o no último banco. Se outros predicados não tinha (nunca saberei), o queijo cheirava com razoável intensidade, que só aumentava com o passar do tempo. Não tardou e uma onda de insatisfação percorreu o ônibus, vinda lá de trás. Sem refrigério, o queijo desgraçou tudo num crescendo de mau-cheiro e desagrado, tendo por epicentro o banco onde o havia depositado. Sem outra saída, denunciei a sórdida circunstância de o japonês Shuichi ter comprado aquele maldito queijo, fato pessoalmente testemunhado. O pobre Shuichi, iniciante nos mistérios do inglês, nada pôde contra minha larga experiência no idioma de Shakespeare. Uma japonesa (cujo nome nenhum ocidental consegue pronunciar sem danos ao centro da fala) tentou assumir a defesa do conterrâneo, sem sucesso. Assim que o infausto cheiro tocou as delicadas narinas da motorista, uma australiana loura e cheinha, Jesus, foi o caos: - Animal! De onde você tirou esse queijo? - Que bandido! Eu mesmo vou denunciá-lo à polícia - completei, com justa indignação. Foi assim que tudo se passou, conforme posso lembrar. Adelaide, dezembro de 2004.