segunda-feira, 10 de abril de 2006

Precisa-se de caseiro, que seja discreto

Fernando Rodrigues, em sua coluna na poderosa Folha de S. Paulo de 19/02/2005, contou-nos sobre deputados pré-pagos: “Entram numa sigla para servir a algum propósito – como engordar uma ala do partido que deseja obter algum cargo – e saem em seguida. Perdem a validade. Só funcionam com uma nova recarga.” Após informar que esses deputados custavam algo como 30 mil reais, ele finalizou, de forma didática: “muita gente que antes não podia agora já sonha tranqüilamente em ter o seu deputado próprio.” Existem muitos tipos de deputados. Nem todos se vendem, é claro. O tipo carnavalesco, basta entrar em plenário e perninha e bracinho logo se armam em dancinha. Muito famoso, é o que mais me agrada. Temos também o tipo sortudo: o só fato de passar em frente a uma casa lotérica já lhe garante o prêmio. Existem, enfim, muitos tipos, em simetria com seus eleitores, ninguém ignora, e alguns dos mais astutos deputados se tornam caseiros, ou motoristas, e vice-versa. Um amigo me disse, a respeito: "não estou bem certo sobre a utilidade de um deputado, mas também gostaria de ter um só pra mim". Não concorde com ele não, leitor.

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