domingo, 17 de agosto de 2008

India

A Índia está mudando tão depressa que começa a se parecer com qualquer outro lugar. Os arranha-céus brotam. Cidades incham. Os jovens namoram, bebem, fumam livremente. Mas muitas das pessoas que estão tornando nova a nova Índia - dos corretores de ações às engalanadas socialites- são responsáveis pela preservação de um elemento de certa forma lúgubre do passado indiano: uma tendência a tratar os funcionários contratados como sua propriedade, insultá-los e humilhá-los e ser condescendente com eles, comportar-se como se alguns seres humanos tivessem nascido para servir e outros para serem servidos. "Os indianos são provavelmente as pessoas menos democráticas, morando na maior e mais plural democracia do mundo," como afirmam Sudir Katar e Katharina Kakar, dois conhecidos estudiosos da cultura indiana, em um livro publicado recentemente, "The Indians: Portrait of a People" ("Os Indianos: Retrato de um Povo").
O país tem [na opinião de um importante cineasta], um problema de "desumanização". Em uma entrevista, ele descreve os empregados e servos da Índia como se fossem "duas espécies diferentes". Anand Giridharadas, de Mumbai (Índia), no Jornal Herald Tribune de 11/08/2008. Os termos India e miséria continuam tão embaralhados que não se pode pensar um sem o outro, não importa o que digam os boçais. A Índia é um desastre permanente, esperando para recrudescer.

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