domingo, 20 de julho de 2008

A quem ler

"Se as páginas deste livro consentem algum verso feliz, perdoe-me o leitor a descortesia de tê-lo usurpado eu, previamente. Nossos nadas pouco diferem; é trivial e fortuita a circunstância de que sejas tu o leitor destes exercícios, e eu seu redator.”¹ Os poemas, agora publicados. Suas formas, nunca definitivas, adquirem um pouco de estabilidade. Não muita. O bastante para iludir o Google. Acaso impressos, podem resultar uma alegre fogueirinha. Na tela, luz e calor, elementais. Entrego-os à rede e ao público. Já não basto para lidar com eles. Há muito não me permitem leitura, o que reforça a suspeita de que são ilegíveis. Espero sinceramente que o leitor tenha mais sorte que eu. ¹Jorge Luis Borges, Obras Completas, tomo I, editora Globo.

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