sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Cairns

G'day, people! Cheguei a Cairns! Depois da sauna do Território Norte, da poeira e do calor de Alice Springs, nada melhor que a tranqüila Cairns (nordeste da Australia). Hoje acabou a rotina de passeios começando às 4 da manhã. Fiz algo totalmente diferente. Mas tão violentamente radical que ninguém suspeitaria fosse possível: lavei roupas. Isso mesmo, lavei roupas. Fazia tempo que não me dedicava a atividade tão interessante e divertida (acreditem, depois de 20 dias fazendo passeios seguidos, lavar roupa pode ser uma terapia). Contudo, se houve entusiasmo para lavá-las, nem tanto para passá-las. Sabem como é: precisava sair para conhecer a cidade e tal. Ademais, lembro que é uma ofensa o sujeito chegar a um albergue com a roupa engomadinha. Lavada a roupa, saí. Bem em frente ao hostel está o maior shopping center do nordeste australiano. Entrei e comi uma comidinha tailandesa (voltei às experiências gastronômicas). A carne estava boa, mas o frango tava chegadinho numa pimenta. Depois, fui andar à pé pela cidade. No caminho (uma espécie de calçadão), um show de moda sertaneja australiana. Depois, a praia, com mais show pop. Por fim, pizza e cerveja Cascade, que ninguem é de ferro. Na volta, mais show, dessa vez de acrobatas, e parece que tem uns batistas cantando alguma coisa agora. Ontem, escrevi diversas coisas no blog, mas a moça desligou minha máquina sem me avisar, e perdi tudo. Seja como for, aqui vão algumas histórias. 1. Na viagem entre Melbourne e Adelaide, conheci Christy. Ela tem grandes olhos azuis e uma respeitável boca, pronta para soltar um enorme oh! woooowwwww! a cada resposta. Ela esteve no Laos, Vietnã, Camboja e na Tailândia, infelizmente com o namorado. Você é brasileiro? oh! woooowwwww! mora em Campo Grande? oh! woooowwwww! trabalha para o governo? oh! woooowwwww! mora sozinho? oh! woooowwwww! A cada oh! woooowwwww! um pequeno carnaval. Vocês não acreditariam na expressividade dessas inglesas. E quando elas soltam o infalível oh, really? Inaugura-se um pequeno escândalo em torno ao que deveria ser uma simples e útil expressão inglesa. Vocês não sabem o que elas fazem entre o r e o y. Até o actually elas pintam em cores irrepetíveis. Não terminei essa história porque fui traído por um botão que parecia ser de mudança de tamanho de fonte mas era um botão que, mais ou menos, queria dizer fechar-tudo-acabar-com-tudo-desligar-a-máquina-e-ir-pra-casa-e-se-enfiar-deibaixo-da-cama. Uma tecla incomumente poderosa. Então tchau. Depois tem mais. Baci Baci, conforme as italianas. Cairns, dezembro de 2004.

terça-feira, 14 de dezembro de 2004

Darwin

Olá, gente. Agora, um pequeno relato da viagem. Acordei às 2:30 da madrugada para o vôo de balão. O balão não voou, claro que não (por causa do vento. Mas como diabos uma coisa dessas foi acontecer - ventar?), e fui ajudar uma moça suíça que perdera o namorado num bar. Tava bebendo, conversando com os amigos. Não voltou. Lá fui eu, e ela, atrás do vi... cara. Encontramo-lo sentado a uma mesa, o bar já fechado, luzes apagadas, o último funcionário p. da vida, indo embora. Após uma conversa, ele se deixou estar, e nós voltamos. Pelo menos a suíça ficou mais aliviada. Depois fui dormir, coisa que não fazia, de forma decente, havia umas três noites. A última noite foi assim: em sacos de dormir, no meio do deserto, com o nariz apontando para as estrelas. E que estrelas. Vocês não vão acreditar no poderio das estrelas daqui. São as mesmas do Brasil, mas o ar seco e limpo do deserto faz com que seu brilho seja ensurdecedor. Parece um insensato concurso de holofotes. Daí acordamos e fomos ver o nascer do sol na rocha Uluru. É de enlouquecer. Depois, café e estrada. Duas horas depois, King Canyon, lugar belíssimo, que exigiu 4 horas de vigorosa caminhada. Gastei uns 3 filmes nesse canyon, de larga beleza. À tarde, estrada, num calor sufocante (o patife do motorista, alegando economia, desligou o ar condicionado. Para meu pasmo, os demais turistas não reclamaram dessa esperteza). Daí, de volta a Alice Springs, a tempo de um jantar numa boate da cidade, com direito a brincadeiras de locutores e DJs. Depois, vôo para Darwin, território localizado no extremo norte da Austrália, um lugar parecido, no clima torridamente tropical, com Manaus e Belém. O ar é tão denso que pode ser fatiado, em fatias quentes. Haja garrafas d'água. Depois eu conto mais.