sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ushuaia

Noite sobre a baía. O sol não se põe em definitivo: só diminui o fulgor. Subi a serra, para o Kaupé.

O jantar principia por centollas. Limão, e nada mais. Fabulosas.

Depois, os mesmos caranguejos-rei, na caçarola, com espinafre. Preocupante.

Aí as coisas ficam realmente fora de controle: merluza negra. Sabem, a merluza negra é a carne mais branca do mundo. Cozida em seus próprios sumos, com ervas finas, essa merluza aniquilou tudo que eu sabia sobre peixes, inaugurando uma nova categoria de felicidade. No janelão nascia uma lua ocre, que acresceu sabedoria ao vinho branco.     

Na descida da serra, à pé, os casais, e todos nós marchávamos.

Triunfantes.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ushuaia

Acabo de chegar, e já fui de cordeiro ao forno. Delícia...

Agora saio para ver a cidade, e depois planejo uma merluza negra, ou uma centolla, o que vier primeiro...

Ushuaia cresceu desde a última vez, e está cheia de lojas bacanas. Por outro lado, vou esnobar o passeio ao canal de Beagle, que já fiz. Além do mais, tem a Antártica, o que nao é pouca coisa. Os colegas de quarto já chegaram, e vi o australiano. Caladao...

Acho que preciso de uns chocolates, vocês sabem, entre o cordeiro e a centolla... E um café.

El Calafate

Saio agora para Ushuaia, onde embarco rumo à Antártica. Uma horinha de voo, nada mais.

Calafate continua valendo a pena. O passeio no lago Argentino trouxe experiencias de primeira, conquanto revisitação, com os riscos desse tipo de aventura. Tivemos tempo bom, embora nublado, ao contrário da montanha-russa de anos atrás.

A passagem Drake me aguarda, e ela não costuma ser um passeinho, não.  Vou aproveitar e comer uma centolla antes do embarque (para dar sorte).

No mais, espero que o avião tenha sorte contra os ventos titânicos...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Perito Moreno

Ontem voltei ao glaciar Perito Moreno.

Sol e temperatura agradável. Saquei meu binóculo e tive uma visão de outro mundo: cores intensas, dramáticas. Se você comprou o binóculo certo, vai ver coisas encantadas, sob luz magnânima.

A alta nota azul do gelo arcaico. O céu cristalizou em sólida turquesa.

Firmo a vista, aponto o binóculo: uma pequena maravilha se produz. Um novo mundo se assina em brilhos, e emite fantasia cobalto.

Hoje, passeio pelo lago Argentino, e novo ângulo de Perito Moreno. Um arco azul e neve emitia blocos, que caíam, gárrulos, num tumulto branco. No grand finale, todo o arco colapsou, e vimos a geleira festejar o lago, enlouquecendo os turistas. 

No fim de noite, cordeiro patagônico, ao estilo Santa Cruz: eles ficam horas ganhando cor e apurando o sabor à fogueirinha; a lenha comunicando perfumes da terra. Ignoro se existe iguaria mais soberba nestes pampas ventosos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

El Calafate

Após rápida e divertida passagem por Buenos Aires, cheguei a El Calafate, três horas ao sul. O MD-80 lutou até o fim contra ferozes rajadas na aterrissagem, e finalmente foi admitido ao solo, trovejando.

El Calafate cresceu bastante, e está cara. Voltei à Vaca Atada, que continua bem frequentado, com boa comida. Talvez eu devesse experimentar a centolla, mas estou guardando essa iguaria para Ushuaia.

Amanhã saio para ver o que há. Os glaciares são bonitos, e pode-se caminhar sobre eles, à pé ou com veículo especial. O lago Argentino, agitado, é uma experiência, com icebergs azuis em toda parte ridicularizando a perícia dos capitães.

Em Buenos Aires fui à grande livraria Ateneo, e ao show de tango no Cafe Tortoni. Borges costumava frequentá-lo, e uma estátua o atesta. O espetáculo é bacana, não excepcional. O Tortoni provê uma divertida noite de tango, não está mal.

Faz muito frio em Calafate, um espanto, considerando o calor de Buenos Aires. Ótimo para um vinho no fim de noite.