sábado, 10 de janeiro de 2009

Garcia

O que significa "politicamente conveniente"? indagou-se ao sargento Garcia, a propósito de uma decisão técnica de economizar 600 milhões de dólares com um gás de que não precisamos no momento, devidamente sabotada por uma conveniência palaciana. Segundo ele, "num momento de crise econômica, é fundamental preservar os ingressos lá [na Bolívia], onde 40% dos recursos vêm do gás". Ele acrescentou que decisões assim nunca são apenas técnicas, mas sim políticas: "Se fossem, para que fazer eleições de quatro em quatro anos? Bastava fazer concurso público para os técnicos". Lobão: "Na parte da manhã, não havia a necessidade dessas duas térmicas, cuja necessidade surgiu à tarde". Serão religadas as térmicas de Araucária (PR) e Canoas (RS), que têm capacidade para gerar cerca de 600 MW. Então, vamos transferir dinheiro público direto para a conta do Sr. Moralez, aquele amigo que não perde uma oportunidade de lesionar direitos do Brasil. Eleições a cada quatro anos para quê, pergunto eu. Nem vejo tanta necessidade...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Krugman

O fato é que os recentes números econômicos são assustadores, não apenas nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo. O setor manufatureiro, em particular, está despencando em toda parte. Os bancos não estão emprestando, as empresas e os consumidores não estão gastando. Não vamos medir palavras: isto se parece muito com o início da segunda Grande Depressão.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Verissimo

Luiz Fernando Verissimo, no blog do Noblat:

Não acredito na reencarnação, mas confesso que tenho um medo: o de morrer, ser reencarnado e encontrar reencarnada uma das pessoas com quem vivo discutindo a reencarnação, dizendo que não acredito. E que não perderá a oportunidade de, todas as vezes que nos encontrarmos, gritar:

- Eu não disse?!

Não vai dar para agüentar.

Também me imagino chegando no céu e descobrindo que é tudo exatamente como o descrevem os crentes, ou pelo menos exatamente como o descrevem as anedotas. São Pedro, o portão, os anjos, tudo.

- Eu não acredito no que estou vendo! - direi.

São Pedro entenderá mal minha exclamação e dirá:

- Bacana, né?

- Não. É que eu era ateu e não acreditava em nada disso.

- E agora, acredita?

- Claro.

- Então vai para o inferno - dirá São Pedro, já levando o dedo ao botão que abre o alçapão.

- Mas, por quê? - perguntarei, espantado.

- Adesistas não.

E tem aquela do cara que chega no céu e enquanto preenche a ficha na recepção vê passar dois barbudos conversando animadamente. Começa a perguntar:

- Aqueles dois não são...

- São eles mesmos - diz São Pedro. - Marx e Freud. Na sua caminhada matinal.

- Mas, eles aqui?

- Qual é o problema?

- Era o último lugar em que eu esperava encontrar esses dois. Marx, o materialista ateu, que dizia que a religião era o ópio do povo. Freud, o homem que liquidou com a idéia da alma eterna. No céu?!

- Bom, nossos critérios de admissão são flexíveis...

Nisso Marx e Freud começam a discutir em altos brados.

- O que é isso? - pergunta o recém-chegado.

- Você não conhece o velho ditado? Dois judeus, quatro opiniões diferentes.

- Mas eles parecem que vão se engalfinhar!

- Você devia ver quando Jesus caminha com eles. Aí ninguém se entende.

Outro cara chega no céu entusiasmadíssimo. "Que maravilha!" diz, olhando em volta. A vida eterna. Paz para sempre. Tudo imutável e perfeito.

- É - diz São Pedro. - Mas você devia ver isto aqui nos bons tempos...

Berlim

A torre ao fundo é herança do regime comunista.

Berlim

Memorial aos judeus, bem perto do portão de Brandenburgo, no antigo lado oriental de Berlim. Não longe dali erguem-se modestos apartamentos residenciais, cujos alicerces tocam os bunkers onde Hitler costumava dar expediente.