sexta-feira, 6 de julho de 2007

Penedo

De um lado, Neópolis. Do outro, Penedo, quatro séculos de história. No meio, o Velho Chico. Um casarão antigo me servirá de pousada, e amanhã saio para ver a foz desse observador privilegiado da saga e miséria do sertão. Pela manhã, registrei a escalada de mandacarus nos paredões que guarnecem as águas desse rio. Depois, do alto de Piranhas, vi a chuva encortinar o horizonte, cobrindo tudo de branco. O queijo de coalho, a carne seca e a mandioca esclareceram do que se trata. O sertão, as águas, a gente. É bom presenciar esse encontro.

Rio São Francisco

Canindé do São Francisco é uma cidadezinha às margens desse rio de grandes sofrimentos e muitas cicatrizes hidrelétricas. De minha janela vejo a mais recente delas, Xingó, muro insólito na garganta do rio. O vale abaixo abre-se majestoso. O rio segue apequenado, entre pedras. Acima da barragem, um lago de muitos braços, e canions areníticos graciosos. No sertão, à margem, a macambira ilustra agrestes tristeza e vigor. Águas verdes compõem o cenário dessa piscina espaçosa e índia. Encerro o passeio em Piranhas. Vou me mudar para a foz do rio.