Anotei, abaixo, que Serra deve estar dividido quanto a apoiar o Magro. Um dado me fez mudar de opinião: em 2014 (data da próxima eleição disponível, caso eleito o Magro) Serra estará com 72 anos.
Não há nada de errado em ter 72 anos, exceto se você for candidato à Presidência.
Aecinho não apóia ninguém que não seja Aecinho, mas vai continuar fingindo em grande estilo. Apesar de seu "esforço heróico", não é difícil prever uma vitória de Lula de lavada em Nevesland.
Meu palpite foi a vitória do tucano, não obstante sua campanha e amigos. Apesar dessa lagoa de sal em que o PT meteu seu sapo, talvez ele se saia bem. Mas também pode ser que o PT volte a atuar, e o guarda-livros seja agraciado com uma Presidência – meia-boca, convenhamos, mas, ainda assim, Presidência –.
Nada mau.
sábado, 7 de outubro de 2006
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
Urnas eletrônicas
Ubaldo Ribeiro disse, mais de uma vez, não confiar nas urnas eletrônicas brasileiras - "urnas americanas" -, nas quais nem os americanos confiariam.
Com seu jeito de ébrio humilde, Ubaldo conta com a boa vontade do leitor. Abusa, nesse caso.
Fisicamente falando, as urnas eletrônicas são um microcomputador, dos mais modestos, que roda um programa simplificado do Windows, (o mesmo de um palmtop). Nesse sentido, como todo microcomputador do planeta, a urna brasileira é "americana". Norte-americana? Talvez estadunidense, mas Ubaldo não atina com o gentílico.
A urna eletrônica não é senão um conceito, uma forma de trabalhar dados. Consiste de um microprocessador estanque (não conectado a nenhuma rede) e que trata o problema da coleta do voto com uma abordagem aritmética: o eleitor tem de saber números. O que ela faz é reunir o colégio de eleitores da seção (400 eleitores, em média) e o nome e número de todos os candidatos da eleição em questão. Alguns operadores lógicos (teclas confirma, branco e corrige) ajudam a fechar o quadro.
Ubaldo arenga que, não havendo a "materialização" do voto em papel, não há como aferir a "sinceridade" da urna; não há como recontar os votos. Ubaldo já fez "recontagem" de todos os créditos e débitos que brotam em sua conta bancária? Ou será que transação eletrônica é avançado demais pra ele?
Pobre Ubaldo.
Deixando os argumentos técnicos para os técnicos, vamos a um exercício. Lula não fei eleito no 1º turno, como esperava. Marco Aurélio e sua gangue de técnicos torturadores de bits devem ter amestrado as urnas na direção tucana, será que não? Então, por que Lula não abriu o bico, sendo presidente da República? A resposta, claro, é que Lula foi comprado pelo PSDB, como Marco Aurélio (e eu e você, leitor).
Na Bahia o candidato petista venceu no 1º turno, ao contrário do veemente vaticínio das pesquisas. Lula comprou o TRE da Bahia, está claro. Então, por que Painho não mete a boca? Painho foi comprado por Lula, é evidente...
Como, diabos, essa urna consegue o silêncio de todos os políticos derrotados, instituições, especialistas? Só pode ser lavagem cerebral, ou então todo mundo comprou todo mundo... Coisa de "americanos", não pode haver dúvidas. Em toda essa história, muito suspeita, só confio em Brunazo. Mas, esperem, Brunazo não é o cara que reivindicou a "invenção" da urna eletrônica? Que maroto, esse Brunazo. Sai por aí inventando urnas eletrônicas e depois quer nos convencer de que não são seguras...
Ubaldo diz que os "americanos" não usam nossas urnas. Pudera: eles estão ocupados demais com máquinas de cartão perfurado, tecnologia avançada, inventada por Charles Babbage, por volta da independência norte-americana, há 220 anos... Também é verdade que eles não se interessaram pelo Protocolo de Quioto, pelo Tribunal Penal Internacional, pela convenção que proíbe prisões sem o devido processo legal e outras frescuras sem a menor importância, a menos que você seja comunista.
Você não é comunista, não é mesmo, leitor?
Elio Gaspari, na Folha de 2.10.06:
Na segunda-feira, com aquelas olheiras que só a adversidade eleitoral produz, 'nosso guia' se candidatou ao lugar de coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Fez isso quando tratou do dossiê Vedoin e disse o seguinte: 'Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé'. Quer? Pergunte a Ricardo Berzoini e a Aloizio Mercadante. Eles podem ajudar.
Ao tratar de um crime como curiosidade, Lula assumiu a condição de padrinho dos malfeitores petistas, aloprados e trambiqueiros. Padrinho no sentido da figura de Don Corleone/Marlon Brando.
E viva a urna americana!
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Assim caminha a democracia
Consta do Estadão de 1° de outubro:
"(...) também por competência da Justiça Eleitoral, que fez em silêncio uma espantosa revolução eletrônica que nos oferece o mais moderno e competente sistema para eleger uma péssima classe política. Já podemos dizer, de boca cheia, que uma fraude como a da Flórida em 2001, que ajudou a eleger George W. Bush, nos encheria de vergonha.
Após fatigarem a infâmia, demorando-se com entusiasmo pelos principais artigos do Código Penal, Collor e Maluf vão, de mãos dadas, dar no Congresso. A bem falar, não se sentirão peixes fora d'água. O Parlamento está repleto de maganos que tais.
Temos estrelas do porte de um Palocci, de um João Paulo Cunha, de um Genoíno. Se eu fosse funcionário do Congresso, ficaria de olho em minha carteira.
Sem esquecer do costureiro viado. O que mais lhe interessa é a decoração do apartamento funcional, segundo suas próprias declarações. Não surpreende, numa "tia" em fim de carreira.
Curioso é que o mesmo eleitorado que elegeu essa fauna mandou Fleury, Delfim Netto e Ney Suassuna pra casa. Esse mesmo colégio de eleitores negou salvo conduto para Severininho (aquele, acusado de querer a Lei da Irresponsabilidade Fiscal). Passei por Fleury no aeroporto, dia desses. De longe, se parece com um ser humano. Ninguém diria que aquela cabeça encanecida seria capaz de expelir, num frio cálculo político, uma idéia que incluía 111 "coisinhas escuras e pobres..."
Enfim, trocaram um genocida por um viado, e Yoda Cavalcanti pela bela Manuela, nem por isso menos desmiolada. Assim caminha a democracia.
Lula flopou
Emoções em grande, como se suspeitava. Lula flopou (melhor, o PT de São Paulo flopou Lula) e vai perder no segundo turno, se tivermos sorte.
Com todos esses amigos dentro do PT, Lula faria bem em dispensar seus inimigos.
Aécio fingirá que apóia Alquiminho, mas deve ter um acordo com Lula (não passou despercebida a maciça votação de Lula em Minas, a chácara de Neves). Serra deve estar dividido, e arrependido de ter amarelado. Teria sido eleito no primeiro turno, com o decisivo apoio do PT.
Ambos só pensam em 2010, o mesmo que Alquiminho, a partir de 30 de outubro.
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