sábado, 2 de fevereiro de 2008

Notas

1. A continuar a atual tendência, dentro de alguns anos teremos um embate entre o governator (ex-terminator, ex-austríaco), e a senhora Clinton (Chelsea Clinton). Os republicanos dizem que, se Clinton estivesse a bordo do Titanic, o iceberg teria afundado. O que digo é que, se você um dia vir qualquer dos Clinton pulando do 28º. andar, dê um jeito de pular junto, porque deve haver algo de muito bom aguardando. 2. O papa andou rezando umas missas de costas para o público. Se esse público não se importa com isso, porque nos importaríamos? Bentinho volta ao fundamentalismo católico, numa jogada aparentemente inteligente. Mas burra. Quando a atual maré religiosa ceder passo para um pouco de bom senso, a igreja católica estará bem perto da extinção. Os grandes sistemas religiosos têm data marcada para morrer. O misticismo, não. O vulgo implora por artigos de fé. As religiões respondem com extensa lista de exigências, todas intoleráveis. Decretam o fim da razão, a entrega total, a irracionalidade levada às últimas conseqüências. Um cronista disse, dia desses, que, se você não acredita em Deus, por que se importar? Se você não acredita em disco voador, não precisa escrever refutando sua existência. É quase isso, mas a história não registra que crentes em discos voadores tenham assassinado quem deles discordam, como fizeram todas as grande religiões, mesmo antes de Sócrates ser obrigado a tomar veneno por um tribunal convocado para julgar crimes de consciência.
Recentemente, no episódio em que a igreja católica tentou se imiscuir na saúde pública, José Gomes Temporão (Saúde) afirmou: "As prefeituras estão corretas e a Igreja está equivocada, mais uma vez. A pílula do dia seguinte é usada apenas sob prescrição médica. Aí é uma questão de saúde pública e não religiosa." Não é à toa, provocou o ministro, que os jovens estão se afastando das paróquias. O arcebispo não se deu por achado: "Eles estão corrompendo a juventude, desviando a juventude da lei de Deus. Qualquer problema humano é também religioso." Repetiu o que dissera antes: a distribuição da pílula "viola os direitos fundamentais e induz a população a praticar o mal". (Josias de Souza)
Bento (ex-soldado de Hitler) radicaliza. Colherá bons frutos, não tenho dúvida. Assim como seu antigo Führer. Por seu turno, os ateus arregaçaram as mangas, recentemente, com uma safra de livros provocantes e apimentados. Contra todas as evidências, acredito que humanidade está bem perto do fim de sua infância.

Golden Gate

A ponte, gigante, impressiona por sua mansidão. Passeando por seu dorso não se percebe o peso do tempo, o esforço da persistência. Muitos terremotos assediam seus fundamentos, visitam suas bases. Golden Gate permanece, ligando urgências, com frescor.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

San Francisco

O bonde desce temerária ladeira à luz obliqua do sol. A chuva nos deixou.
À frente o Wharf, a baía e essa ilha espaçosa e confortável chamada Alcatraz.
Pesquisei San Francisco hoje, sua insólita arquitetura. Janelões e balcões nas casas, que ornam precipícios.
Pensei em transpor a pé a Golden Gate, mas reconsiderei a tempo de ir ao porto, com vista para a ponte da Baía.
Lá uns queijos inacreditáveis me aguardavam, e bem assim uns pães italianos. Os queijinhos artesanais evocaram França, o que muito agradou. Um queijo de cabra me desorientou de vez. Assombroso sabor. Nao sei sua origem.
Terei de voltar a esse porto.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Deixando San Diego

Com uma visita a um parque aquático concluo San Diego.
Tinha baleias assassinas e golfinhos adestrados, flamingos, ursos polares e muitos outros animais.
Nao tenho ilusões de ver baleias em seu habitat, e a visão de uma baleia, seja onde for, impressiona fortemente.
Massivos, esses animais desafiam o nosso senso comum com acrobacias impensáveis, absurdas. É como se, de repente, uma montanha se elevasse do mar, alvinegra.
Os golfinhos são mesmo impagáveis. A certa altura, convidado para saltar uma corda, um trapaceiro primeiro baixou a corda, depois pulou, elegantemente. A domadora perguntou se o público havia gostado dessa esperteza. O público repudiou em uníssono. Os golfinhos, em coro, disseram que sim. Então a tratadora perguntou a distinto público se gostaria de vê-los pular mais alto. O público foi unânime no sim. Os golfinhos no não.
Maravilhosos.
Depois, visita ao centro velho da cidade, de arquitetura inspirada nas missiones espanholas.
San Diego é ótima para relaxar. Feliz cidade.
E tem a gastronomia, que não se pode olvidar. Uma cantina italiana me serviu massas duas noites seguidas. Pratos gigantescos, vastos (e gostosos).
Chego pela manhã a San Francisco, última escala antes da volta.

Amtrak

Lembro-me que paramos nos fundos de umas casas não muitas milhas depois de termos parado em Anaheim. Que, por sua vez, fica colada em Los Angeles. Casas bonitas, quintais aconchegantes, onde se criam galinhas. São muito prazerosas essas paradinhas, de quando em quando. Inda mais porque aleatórias e sem previsão de duração. Você anda um pouquinho e, de repente, nos fundos de uma insuspeitada casinha de subúrbio, pára e desfruta a vista por meia hora, quem sabe mais. Impossível saber quando será a próxima parada, pela qual fica-se torcendo. Só se sabe que será em breve, anyway. Nesse período, explorei as possibilidades do trem. Descobri uma tomada na parede, e lá pluguei o ipod, para a recarga. Com a multiplicação das paradas, fui plugando outros apetrechos: o laptop, a máquina fotográfica, o barbeador, as baterias, outra máquina. Lá pela metade da viagem a tralha elétrica, que há cinqüenta dias aguardava a vez, estourava de tanta carga (fato assaz surpreendente e divertido, sem dúvida). Embarque. No longo corredor, nenhuma informação sobre San Diego. A quem perguntei, ninguém nunca ouviu falar de um trem que para lá se dirigisse; também acharam improvável a existência de uma plataforma para semelhante composição. Ademais, aduziram, que necessidade eu tinha de ir justamente para um lugar tão difícil, na lógica dos trens? No bilhete, nem uma única letra deixava transpirar a plataforma, trem, baia, estação, horário, nada. Encontrei dois funcionários da empresa, mas eles foram acudir uns imigrantes, que não tinham a menor idéia do que faziam naquela estação. Subi para uma das plataformas. Um trem fantasma de cada lado da plataforma, com motores ligados. Ninguém a bordo. Nem ao lado, nem longe nem perto. Nisso chega uma senhora com uma criança. Sim ela não sabia de nada. Chegou outro mexicano, indagando sobre aquele estranho trem, de motores ligados. Não, eu não sabia se aquele trem ía para San Diego. “Como eu iria saber uma coisa dessas?”, disse-lhe. Desci as escadas e fui para outra plataforma, cheia de gente. Eles obsequiavam um trem, com motores ligados. Lá me informaram o endereço do trem de San Diego. Plataforma 10. Exatamente onde eu estava anteriormente. Chega um trem, vagaroso, vindo do norte. Os passageiros receberam ordem de descer, para fumar. Indaguei sobre o destino. A pergunta tocou um assunto secreto, delicado ou penoso, porque ninguém quis ou pôde dizer para onde ía aquele trem, mas o maquinista, flagrado no ato de subir à sala de controle, decretou: "Engana-te. Vamos para San Diego!".
Definitivamente. O número da composição de modo algum correspondia ao anotado pela moça do guichê, quando lá voltei, em desespero de causa. Nem o horário. Poder-se-ía concluir, com base nesse exemplo, que os americanos estão 600 ou 700 anos atrás dos europeus, em transporte ferroviário. Isso de transporte ferroviário, não sei nada, de modo que me abstenho de contribuir com uma opinião. Em todo caso, um de meus guias diz que os trens estão em decadência nos Estados Unidos. Well, receio não ser possível cair mais que isso... Amtrak: presentei um seu inimigo com uma passagem. San Francisco a San Antonio...

Noite em San Diego

A ópera foi um sucesso. Pena que não aconteceu.
Uma leitura errada do tíquete me deixou com vinte minutos de desvantagem em relaçao aos demais.
Propuseram que eu assistisse através de uma tv. Conduzi gentilmente o programa ao primeiro cesto de lixo que encontrei, e o tíquete ao segundo.
Melhor assim. Antecipei o jantar.
Uma pequena montanha de espaguetes era cavalgada por uma gigantesca e rubra lagosta. Um verdadeiro escândalo.
O prato fez jus à fama desta cidade costeira. Da lagosta, nem as patas escaparam. Pensei numa casa de jazz, mas amanhã tem a gente do balão, que provavelmente vai dar balão...
Vamos ver.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

San Diego

Extenso passeio pela cidade, sede do maior complexo militar do mundo.
No porto estacionaram o Midway, porta-aviões aposentado na década de 1990 (acho). Tem aviões novos e bem cuidados. Ouvi que o novíssimo USS Ronald Reagan está na cidade, mas não pude conferir a informação. Amanhã tem diversão desde as 2 da manhã (balão).
Saio agora para a ópera.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

California

Saio para um passeio por este caos latino-asiático. O curso de inglês talvez nao me seja de grande valia nesse que é o maior estado mexicano...
Vai ser interessante.

Los Angeles

Cidade dos anjos. Amanhã saio para dar umas voltas. Talvez San Diego e San Francisco como próximos destinos, para confirmar a viagem. Tem-se a nitida impressao de ter chegado à Cidade do México...