terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Diamantina

Na Chapada o costume dos rios é despencar de 300 metros de altura, perdendo-se em champanhas que orvalham os vales, profundos.
Hesitei por catedrais, castelos e torreões, inalcançáveis. Visitei gerais e lisos, os olhos cheios, a alma plena, as pernas cambaias, os pés implorando clemência.
Nos recessos da Bahia, sonhos intensos, telúricos.
Hospedei-me no vale do Pati, a casinha flanqueada por gigantes generosos, que vigiaram nosso sono.

Sydney

Entre a Ópera e a Ponte, Waterfront. Tão quieto que eu poderia ser tomado por um retrato.
Toda Sydney aqui, festejando não sei quantos casamentos, aniversários, natais e anos bons. Eu fotografo. Sem compromisso com a revelação.
Posso muito bem nunca revelar meus retratos, contentando-me com a malícia do mundo fixada no filme.
Posso também expor meus equívocos, para que outros componham o motivo de que necessitam.
Sydney, Natal de 2004.

Fidel

Fidel, proprietário de uma fazenda de escravos chamada Cuba, deixa o poder às vésperas de ir ter com a mãe de todos os déspotas .
Pobres mortais, torcemos para que o encontro seja em breve e caloroso.
Os cubanos, como os norte-coreanos e os alemães da década de 1930 e 40, não conseguem se livrar de seu algoz. De fora, o embargo arrogante dos EUA não ajudou em nada os miseráveis cubanos.
Nunca fui à ilha (mas um amigo me contou muito sobre a verdadeira Cuba).
Josias escreveu, a propósito de data tão festiva:
Espécie de São Jorge às avessas, Fidel encantara o mundo, em 1959, ao comandar o grupo que se dispôs a libertar a bela ilha, princesa do Caribe. Terminou casando com o dragão. E a vítima apenas trocou de calabouço. Sob Fulgêncio Batista, estava trancafiada na torre direita do castelo. Sob o corifeu barbudo, foi à torre da esquerda. (...)
Foi vencido, quem diria, pelo decurso de prazo.
Agora, espera-se um derretimento do estado total e a volta da sociedade livre, ou seja, de um estado civil.
Já vai tarde o companheiro Fidel. Precisamos agora nos livrar do nosso...