sábado, 12 de janeiro de 2008

Viagem

O pequeno laptop tem sido bastante util nesta viagem. Tenho baixado todas as fotos, e posso ir fazendo uma selecao, inevitavel.
E tambem serve para acessar a internet com mais seguranca (penso eu). O problema e a bateria, ridicula, e o peso, ainda excessivo.
Ainda assim compensa.

Wellington

Chego à última cidade da ilha sul da Nova Zelândia. Capital do pais, é minúscula. Amanhã atravesso o canal e vou para o sul, de trem.
Tongariro crossing é uma caminhada de 8 horas através de vulcões, montanhas, lagos e florestas. Explêndidas visões de paisagens alucinadas. Muito cansaço: no final, os pés latejavam. Ainda por cima, fiquei sem água a maior parte do percurso.
Valeu, contudo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

White Island

Situada a 60 quilômetros da costa, a ilha é um vulcão ativo. Dediquei-lhe mil cliques ontem, no melhor passeio da viagem, até agora.
O barco é rapido, não dá tempo de enjoar, e eles servem umas comidinhas. Depois, os golfinhos começam a acompanhar o barco, fazendo poses para as fotos.
Na ilha, o vulcão. Trata-se de uma cratera, com fumarolas por toda parte, e aflorações amarelas de enxofre. No fim da caminhada, um lago esfumado, de cor levemente esverdeada.
Paisagem lunar. Perturbadora.
Na volta assistimos aos golfinhos caçando peixes, bem à nossa volta. E tambem leões marinhos, perto da ilha.
Inesquecivel.
Hoje terei de selecionar as fotos.

Notas

Leio nos jornais que a febre amarela voltou. Fara bela combinacao com o dengue. Essas coisas desmerecem o pais, e reclamam providencias urgentes.
Que nao serao tomadas.
Os jornais enfocam tantas crises economicas que o mundo ja teria acabado se fossem verdadeiras.
A deste ano, nos EUA, nao sera diferente, creio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Internet na Austrália

Chegada à Austrália. Como não foi possível antecipar o vôo, tive de me socorrer da internet para avisar o albergue em Hobart. Na primeira máquina, de modo algum os símbolos pintados no teclado correspondiam aos da tela. Para se digitar uma senha, primeiro você tem de digitá-la num campo normal, aprender todos os caprichos do teclado e finalmente se encaminhar para o campo protegido. Se desse tempo: cada tela demora cinco minutos para ser montada, ou seja, duas telas somam um dólar. Vocês não fazem idéia de como é maravilhoso ver o trabalho de montagem, a página lentamente (bem lentamente) surgindo, as propagandas aparecendo, o campo azul cada vez mais azul, os banners, os aviõezinhos que vêm e vão na tela, aspergindo propagandas... e um dia a página está lá, completamente, pronta para seu exclusivo uso e particular deleite. Ou quase: na verdade, falta o cursor, que se atrasou um cadinho. Nos próximos dólares ele aparece, em lento gotejar, quase pronto para permitir o input. Foi mais ou menos o mesmo há uns três anos, quando fiz uma ronda pelo país.
É rigorosamente incorreto concluir, com base nesses poucos exemplos, que a internet na Austrália não funciona e quem o disser será digno de censura. Já quem disser o contrário merece uns bons açoites.

Tasmania

Ano novo. Comemorações. O dia acima e abaixo num parque nacional. Águas azul-turquesa insuspeitadas nestas latitudes. Freycinet reúne praias, montanhas e florestas numa península decorosa, que se expande para o sul enquanto ilhas: Maria e Tasmania, custodiadas por fervorosas aves. Fiz o registro dessa ocorrência. O resultado? Importa? À noite a cidade se reuniu num espaço ao lado do porto, para comidinhas. Tinha de tudo. Fui de ostras, escalopes, costelinha de cordeiro e calamares com cogumelos. Não sei em que ordem. Sim, acompanhados por chope. Que estivesse maravilhoso, é fácil explicar: tudo da Tasmânia, e fresquinho. Mesmo assim as ostras não têm explicação. Momento raro. Depois, as cerejas. Sabem, num albergue, as pessoas se tornam insensíveis, quanto à comida. Cada qual é seu próprio chef, e não comparte o prato, exceto com a sua turma, previamente estabelecida. Não tenho turma. E não confio em mim na cozinha. Então, cheguei com uma caixa de cerejas, e rapidamente fui às vias de fato. Eles bem que tentaram, mas as cerejas da Tasmânia, de um carmim profundo, brilhando, redondas e tenras, foi demais pra eles. Mantive a calma. Regras são regras. Se eles não dividem a comida, não dividem, está dito. Não seria eu quem iria questionar tão antigos estatutos. Contudo as lágrimas brotaram, mesmo nos mais insensíveis mochileiros, à medida que as cerejas foram gulosamente sorvidas, o sumo de vitoriosas montanhas desaparecendo em meu paladar, paralisando meus sentidos. Deixei a caixa exangue, após a última cereja, repleta de talinhos e sementes, redondas. Isso de regras, tem de ser levado a sério. Espero que eles tenham aprendido a lição. Comidinhas II. Na noite seguinte lá estava eu, para nova farra gastronômica. Três bandas tocavam, às vezes simultaneamente, em locais distintos. Tinha uma banda bem ritmada tocando uns blues fortemente batucados, uma bandinha de rock e uma família tipo The Corrs tocando coisas tipo The Corrs. Não me deixei levar por essas distrações. Calamares com cogumelos, guarnecidos por uma salada e ostras, novamente. O casal de italianos degustava uns queijos artesanais quando eu cheguei com uma ostensiva e escandalosa lagosta da Tasmânia. Por mais que os queijos de Brunny Island porfiem em sabores, bem, não são páreos para uma lagosta. Seja como for, os italianos reconheceram o erro e colonizaram a mesa com uma variedade delas. Esses italianos têm muito o que aprender. III. Brunny Island Foi o mais divertido passeio. Leões marinhos, aves, paredões com penhascos alcantilados, entre os quais deslizamos numa lancha rápida, o azul-turquesa da água. Fotografar numa lancha a mais de 50 km/h não é tarefa simples. Fotografar aves e leões marinhos, nessas condições, exige preparo físico. Fotografei enquanto o braço agüentou. Na volta, albatrozes davam rasantes em busca de peixe. Entre as maiores aves do mundo, o albatroz é um pescador formidável. IV. Demônios, Wombats, Coalas, Cangurus e Corujas O Demônio-da-Tasmânia é um pequeno, gritão e mal-humorado marsupial. Lembra um gambá, numa versão predador. Coalas e wombats são ursinhos de pelúcia vivos. Dóceis, preguiçosos e carinhosos, eles fazem a alegria de fotógrafos diletantes, como eu. A coruja comedora de sapos é impressionante. Enorme, ela de repente abre um profundo e preocupante bico para você. É sua idéia de pose. Como se vê, é fácil tornar-se um tasmaníaco.