sábado, 29 de dezembro de 2007

Changi

No aeroporto.
Mais uma vez, esqueci de tentar antecipar o voo. Nao aprendi com os erros, como se ve. Inda assim, da para curtir internet gratis.
Vim de metro, como deve ser, mas a viagem e mais trabalhosa que em Hong Kong. Daqui a pouco sai o voo para Melbourne. Chego as nove e pouco.
Ate.

Despedida (dessa vez vai)

Saio agora para o aeroporto. Cingapura é cidade para se conhecer em 48 horas, nao mais que isso (sem desmerecer a ilha).

Fiquei mais tempo devido aos vôos, complicados. No final, um passeio pela rua Orchard, um mar de gente comprando, flanando. Fui até onde a multidão consentiu (hotel Marriott). Àquela altura a massa humana, cerrada, me impediu de prosseguir. Sendo a Tasmânia ilha menos povoada, acho que vou me dar bem.

Notas - Cingapura

1. Hong Kong. Restaurantinho pequeno, familiar, aconchegante. O gerente-garçom atende em inglês. Com fome desmedida, peço dois pratos principais. Ele me repreende: - É muito, para pessoa tão pouca. Escolha um prato. - Me faz um peixe? Meia hora depois chega o peixe, fumegante, atraindo olhares dos fregueses, em regime de inveja. Tempero com apelo tailandês, o que quer dizer algumas lágrimas durante o jantar: pimenta, gengibre e uns talos de estranhos vegetais. O peixe explodia sabores em todas as direções. Divino. E o gerente tinha razão: eu não conseguiria comer mais nada naquela noite. Custou uns doze reais, chá incluído. 2. Cingapura. Comida italiana (pasta) se encontra em todo o mundo. Lembro de uma pizza numa cidadezinha da Austrália. Um escândalo de sabor. Não me lembro de nada igual na Itália, Argentina ou EUA. Comi uma pizza bem convincente aqui em Cingapura. Massa fina, crocante, ingredientes bem escolhidos, presunto parma menos marcante do que deveria. Fica a saudade da Cantina Romana, a casa de massas onde os garçons me chamam pelo nome, e eu a eles. 3. Carestia. Em Budapeste tudo é caro, à exceção do hotel. Cingapura não consente exceções. Num país islâmico a cerveja custa umas quatro vezes o equivalente no Brasil. Parei com cervejas. Exceto um chope weiss, bávaro, muito amigo, cheio de credenciais e um sabor marcante. Seis dólares, no happy hour. 4. Moda local. Os “cingapurinos” moram em pombais verticais deprimentes. São cohabs de 30, 40 andares, tudo igual, com roupas estendidas em inacreditáveis varais de alturas vertiginosas. A mesma moda de Hong Kong. Pensando bem, a mesma moda de Lisboa (exceto quanto à altura). Não haveria modo menos arriscado de secar roupas? Eu jamais deixaria minha cueca (única) tremulando a 100 metros de altura, ah, não senhor. Em Cingapura os guias dizem, a toda hora, que determinada coisa é “a maior” ou “the finest” do sudeste asiático. Suponho que Cingapura também abrigue o varal mais alto, ou mais insensato, do sudeste asiático... 5. Politiquinha. a) Pervez só precisou municiar um lunático para se livrar de Benazir. Como é fácil a vida dos ditadores... b) Serra e Aécio conseguiram, no episódio da CPMF, ser mais malandros que Lula (o que é raro). Fingiram apoiar o governo, enquanto preparavam o enterro do imposto, para enfraquecer Lula e o PT. Perdida a receita, o governo inda lhes deve dinheiro. Nada mais edificante que a política. 6. Nomes. Incrível a quantidade de fionas encontradas aqui Ásia, ultimamente. Em todo passeio, não há direção que eu olhe sem me deparar com uma (normalmente indiana). Não há nada de errado em se chamar Fiona (em que pese ser esse o nome da mulher do ogro Shrek). Ocorre que, na maioria das vezes, sou obrigado a introduzir, mentalmente, um e antes do i e logo depois do f, para adequar o nome à pessoa...

Sol

Sol lá fora, convite para olhares e cliques.
Férias são assunto sério...

Mensagem de fim de ano do Josias

Todo fim de ano reproduzo, sem o menor pudor, uma postagem do Josias. Vejam as loucuras do cara:
O signatário do blog anuncia aos seus 22 leitores que é um novo homem. Às portas de 2008, se deu conta de que quem ele era não estava preparado para enfrentar os desafios de um novo ano. Foi bom enquanto durou. Mas agora chega. Quem lhes escreve é outro. Manteve o mesmo nome. Trocar os documentos daria muita dor de cabeça. Mas é uma pessoa inteiramente diferente. Para começar, desistiu do trabalho. Abraçou o ócio. Até meados de janeiro, numa espécie de projeto piloto de sua nova identidade, o repórter vai desfrutar de um velho privilégio: verá os proventos ingressarem na conta bancária sem despejar uma gota de suor. De resto, abandonará todas as antigas convicções.
(...)
Embora seja agnóstico, o repórter prestará redobrada atenção à coleta da megasena. Se acumular, jogará. E oferecerá a Deus uma chance de provar que existe. Se Ele não der o ar da graça, o blog voltará à velha rotina em 15 de janeiro. Estará provado que, fora da política, a metamorfose tem um limite. O limite das dívidas que vencem no final do mês. Não restará senão retomar o senso prático e voltar a encharcar a camisa para reencher a geladeira. Portanto, fique atento. Se o repórter não retornar em poucos dias, é porque recebeu um sinal divino. PS.: Como diz Marcelo Tas, blog é como delegacia de polícia. Não fecha nunca. Nem quando está em processo de metamorfose. Até a volta. Isso, claro, se Deus não conseguir demonstrar que existe.

Escrito por Josias de Souza às 03h25

Sem o mesmo privilegio do Josias, vou continuar suando a camisa aqui na Asia (e escrevendo neste blog).

Adeus a Cingapura

Chuva no último dia.
Restaurante bacana, para o almoço. Daqui a pouco, sorvete Haagen Dasz. Saí para fotografar a cidade, a pé.
Resolvi não ir ao zoológico, nem ao parque das aves. Dizem que são bacanas. Não estou com vontade de conferir (após o quarto ou quinto, a gente fica meio deja vù).
Ontem fui à disneylândia daqui. Um lugar entulhado de brinquedos e atrações, onde estão construindo outro resort de não sei quantos milhões de metros quadrados.
Por tudo isto não fui ao oceanário, nem a qualquer outra atração daquela ilha, que fica quase embaixo do paliteiro de guindaste do porto e atende pelo improvável nome "sentosa".

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Cingapura

Uma cidade-estado fervilhante, bem ao estilo oriental.
Achei que, depois de Hong Kong, nao me impressionaria com mais nada em termos de burburinho oriental. Estava enganado.
Hoje um city tour, amanha outro. Nao 'e o meu feitio, mas aqui vale a pena. Melhor, e necessario.
Saio agora para um city noturno, um programa cheio de oportunidades para fotos...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Hong Kong

Voce pega um trem super rapido mas, mesmo assim, demora uns 40 minutos do aeroporto ate o centro.
Hong Kong é como Manhattan: predios de vasta sombra ameacadora, gente em excesso e grandes negocios.
A diferenca fica por conta de suas montanhas, que fazem a cidade ainda mais interessante (como o Rio).
A Rosanna me questionou sobre passar o Natal sozinho. Impossivel ficar sozinho em Hong Kong, minha cara. Nao sei por qual mecanismo, mas o fato é que a cidade esta lotada. E sao pessoas daqui.
É um tanto dificil explicar, mas as ruas e passarelas estao apinhadas de mulheres, de todas as idades. Aparentemente, o Natal é uma festa exclusivamente feminina, por aqui. Elas estao em toda parte, aos bandos: no metro, nos elevados, pracas e jardins. Nao há como evita-las. Nem quero.
Fiquei de perguntar sobre esse fenomeno.
Enquanto isso, tiro fotos, de tudo.
Abraco a todos.

Aventuras

Saí de Budapeste, aeroporto bacana. Mas o avião atrasou duas horas. Como resultado, perdi a conexão em Frankfurt, por alguns minutos. De volta a Munique, na expectativa de pegar outro vôo, nada feito. Foi assim: Ao chegar a Frankfurt, peguei uma fila para trocar de bilhete. Depois outra e, finalmente, consegui os bilhetes, após a atendente me passar na frente dos demais passageiros. Daí, era só passar na imigração, e ir para a ala A. "É moleza. Deve ser a primeira", pensei. Era a segunda. "Bom, pelo menos é o A1, deve ficar perto". O leitor já esteve no aeroporto de Frankfurt? Pois bem. Da imigração subi e desci escadas, esgueirei-me por corredores infindáveis e cheguei à ala B. Portão 60. Depois, 59, 58, 57 e assim até o infinito. Após uns vinte quilômetros de ala B, caí na A. agora sim, moleza. Quase: A 60, 59, 58 e assim até o fim da era cristã. Vinte quilômetros depois, carregando uma bolsa pesando 10 quilos, A1. Exausto, suando em bicas, perguntei para a atendente, após uns dez minutos de espera na fila, onde era meu portão, já que meu vôo não estava no A1. “Sorry... changes to A15”. Então tá. Resultado: peguei o avião, que também atrasou, perdi outra conexão em Munique, fui pro hotel e agora estou no aeroporto, esperando voltar para Frankfurt e depois, se tiver sorte, ir para Hong Kong. Nisso meu hotel já mandou bala no meu cartão de crédito (no show) e duvido que a Lufthansa vá me reembolsar.
Descobri, chocado, que o Brasil nao tem a primazia em coisíssima nenhuma.
Nem em palhaçada em aeroportos...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Budapeste versus Praga

Disse, ao chegar a Budapeste, que a cidade se parece com Praga. Nada a ver. Têem similaridades: libertaram-se da tirania comunista recentemente, foram arrasadas na Grande Guerra, fizeram parte do “Sagrado Império Romano”. Em ambas se fala um idioma que ao resto do mundo parece misterioso), mas não poderiam ser mais diferentes. Budapeste é mais “oriental”, tem uma cultura que mescla claramente elementos árabes ao legado ocidental. Na música isto é mais evidente. A arquitetura de muitos monumentos ou é islâmica, ou sofreu sua influência. A catedral de São Matias é o exemplo mais óbvio. Mesquita alguma vez, hoje é católica, sem convencer em qualquer dessas direções arquitetônico-religiosas. O jeito é considerá-la uma discutível antecipação dos modernos movimentos ecumênicos, tão sem identidade.
A Hungria funciona melhor como zona de transição entre o Ocidente e o Oriente.
Praga, com suas mil torres, é uma jóia para os sentidos.
P.S.: o aeroporto de Budapeste tem realmente uma conexão muito boa, e grátis! Só tem um problema: sao dois os aeroportos (um doméstico, outro internacional), ambos com o mesmo nome e inacreditavelmente distantes um do outro.

Adeus a Budapeste

Saio agora para o aeroporto. Depois de um voo curto ate Frankfurt, outro ate Hong Kong (onde chego amanha, às 11 da manhã, hora local).
Fico pouco tempo em Hong Kong, de forma que terei de aproveitar o máximo. Provavelmente, nao terei muito tempo para internet...
Budapeste foi uma experiencia interessante, embora seja uma cidade para se pesquisar com mais calma, em estacao mais propicia.
É cara mesmo antes de adotar o Euro (já o disse). Talvez o melhor programa seja aportar por aqui a partir de Viena, numa escala curta. Novamente, nao pode ser no inverno.
Estou pensando na Polônia e nos paises resultantes da devastacao da antiga Iugoslavia. Mas tera de ser em estacao menos rigorosa.
A Europa é um vasto mar de monumentos, jardins e cicatrizes de guerras.