Troquei a chuva torrencial e ininterrupta de Adelaide pelo calor abrasador de Alice Springs. Vocês me viram reclamar do sol de Sydney? Esqueçam. O sol de Alice é como se o próprio demônio estivesse pururucando sua pele.
Sobre Adelaide, resta apenas dizer que parei com os restaurantes indianos, tailandeses e similares, por ora. Toda aquela pimenta estava me deixando muito emotivo.
O vôo foi ótimo: 2 horas sobre o deserto, inclusive Woomera, área usada para testes nucleares, segundo consta. Você tem de pagar pelo lanche, durante o vôo. Os comissários parecem mascates disputando a comissão de uma cerveja. Conclusão: não confiem em Virgin. Prefiram Qantas.
Chegada a Alice:
Aeroporto pequeno, sol arrazador. Após acertar o vôo de balão para a terça-feira, fui a um deserto em miniatura perto da cidade. É uma espécie de zoológico, só com animais do deserto. É bem completo, e tem enormes cangurus e emus (não confundir com as emas sul-americanas, nem com o casuar, restrito a extremo norte. Todas essas aves se parecem, no geral).
O deserto é de um vermelho vivo; o sol demonstra singular competência e a temperatura fica acima dos 35° C, à sombra. Assisti, ainda, a uma demonstração de falcoaria, com aves bem adestradas. Bacana, mas algo artificial.
Agora a cidade: é pequena, com ar de interior, mas tem todo o conforto de cidade média. existem enormes blocos de pedra ocre entre as casas, e o deserto espreita.
Segundo os mapas, ela é cortada por um rio, mas dele só existe a areia e as pontes. Desolador. A cidade não tem o charme de El Calafate, nem o excessivo rigor agreste de San Pedro de Atacama. É uma típica cidade australiana: limpa e urbanizada, mas povoada de aborígines que perambulam feito fantasmas-mendigos, andrajosos, pelas ruas e shoppings. Amanhã acordo às cinco e seguirei para Uluru. Não é fácil a vida de turista.
Depois eu conto mais, que o tempo tá se acabando.
Beijos (para as meninas) e abraços,
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