terça-feira, 22 de agosto de 2006

Campanha eleitoral

O economista João Sayad sintetiza bem a experiência de assistir a uma campanha eleitoral, na Folha desta segunda (20 de agosto):
Brasileiros brancos, negros, evangélicos, ex-funcionários públicos, aposentados, políticos desde sempre, gordos e magros, com barba ou sem ela, caras comuns ou surpreendentes, surgem na televisão, falando as mesmas coisas. Sou o candidato do desenvolvimento, da saúde, da educação, do combate à corrupção, da mudança. Não esqueça, vote no 45, no 13, no 70. Vote no 2512, dia do Natal, fácil de lembrar.
Falam depressa, olhar fixo no "prompter", como artistas amadores, representando um personagem difícil e que não conhecem. Depois vêm os filmes -campos de soja com imensas colheitadeiras, fábricas modernas, favelados agradecidos, operários de uniforme, agricultores sorridentes, estradas bem pavimentadas, acompanhados por jingles em ritmo de samba ou de baião. (...)
No horário eleitoral, o Brasil em pessoa, sonhando com as mesmas coisas de sempre, entra na sala pela televisão como uma porta-bandeira rebolando ou um Jeca Tatu de camisa xadrez".

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