Fui o último a saltar do barco. Emergi numa esteira fluida que me embalava do mar aberto à laguna, num vôo sobre abismos pacificados. Era simples: bastava conduzir o olhar, varrendo a passagem, sem nenhum esforço.
O grupo seguia à frente, e alguns arriscavam mergulhos. O guia foi em busca de algum peixe e, no regresso, voou como um astronauta abaixo, num momento de surfista prateado.
No fim, o barco acolhe os turistas, impedindo que se extraviem laguna adentro, como muitos desejavam.
Após, almoçamos peixes frescos. Os tubarões, não. Caímos na água, para trocar impressões com eles. A certa altura, tendo todos os turistas recuado a bordo, eu fiquei, para mais fotos. Num dado momento, convulsão na água: dezenas de torpedos se lançaram contra mim, e só desviaram no último milímetro, para meu desespero. Eram tubarões famintos, convocados pelo barco às minhas costas, para o almoço. Tão rápido que a câmera só pode lamentar a bateria fraca.
2 comentários:
Você estava cercado pelo Carcharhinus melanopterus, conhecido no exterior como Black-tip Shark, e no Brasil, como "galha preta de arrecife".
Alta adrenalina, não e mesmo?
Parabéns pelo momento e pelas fotos.
Brigadão, Júlio. Foi entusiasmante a viagem, e os mergulhos. Mesmo o snorkel no Tahiti é alucinante, com tubarões, raias e outros grandes animais, como o Napoleão. É até possível nadar com raias mantas, na época de troca de pele.
Grande abraço.
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