Uma leitura selvagem. Inexplicável o sucesso da moça. A linguagem não inova; o enredo não entusiasma. Os personagens são ligeiramente débeis, sempre a ponto de um desairoso desmanchar.
Sim, Borges é citado e parafraseado, o que não passa de obrigação de todo escritor moderno. Não sei que dizer. O livro se apresenta como uma feroz sátira da fauna intelectual que reina na universidade.
Que seja, e daí? Enquanto a Argentina desce os últimos degraus da indigência, fruto do kirchnerismo-menemismo, manifestações nauseantes de um peronismo requentado pela enésima vez, Pola vem satirizar a academia portenha. Quem se importa com essas ninharias?
Para comparação, Borges desferiu um furioso ataque ao nazismo num momento em que Hitler ainda era Deus, e todos os líderes queriam lamber suas botas, ainda mais na Argentina.
Ora temos a Argentina descendo ladeira abaixo, rumo a patamares "bolivarianos", e Pola perdendo tempo com pequenas perversões sexuais, drogas, internet.
Com alguns meses de trabalho não muito árduo, em regime de meio expediente, acho que conseguiria entregar material mais nobre, ou pelo menos mais urgente à editora...
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