O mar emite montanhas
6.10.11.
gráceis, gentis, necessárias.
Gigantes se
freqüentam
recreiam.
Em nós, a alta nota da alegria,
a acrobática nota da felicidade.
A emissão de montanhas pelo mar
inaugura sorrisos, pronto enriquece.
O baile aéreo de cetáceos
descreve poemas heróicos,
compreensões acontecentes.
A emissão de montanhas pelo ar
comove, pronto desrealiza.
Sobem aos céus montanhas.
Navegamos febris, incréus.
Baleias abotoam mar e céu,
conciliam esses dois azuis,
cosem nossos corações, abalados.
Serão as fundações do mundo robustas
para suportar um tal transporte,
tamanhamente aparelhado?
O tráfego aéreo de baleias,
escândalo mais propício, compreende
lançamento, sorriso e splash.
Canoras baleias juram os céus
sonoras sereias alçam aos céus.
Fluidas, oscilam de um a outro azul.
O colorido do canto sobre abismos,
que calam sob o indizível.
Não indagamos da necessidade desse
aditamento. Só vivenciamos o lucro.
Salta depressa negro granito.
Urgente, com sua antigravidade,
absolve-nos das interdições da vida.
O que querem, a quem pertencem
esses titãs, ora denunciados?
Às nuvens, à música, ao mar?
Esse pertencimento, glorificado, transcende
a compreensão íntima, que apenas ensaiamos.
Os emissários do mar
com poderes ganham os céus
num acreditamento de sonhos
para a nossa comunhão definitiva.
O aparelhamento do mar, do ar
induz altas notas de alegria
banhos de felicidade.
Consumado em sonhos,
bradei às baleias cantantes,
e foi como se um rochedo
sentenciasse himalaias.
Ainda não terminei de acreditar
no que elas me disseram.
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