O hostal está repleto deles. Em cada dormitório, uns 500, e olha que são mil quartos.
Quando desci do táxi não vi nenhum, mas uma floresta de botas tomando sol no quintal denunciava a tropa, de iminente retorno.
Já à noite nenhum alemão ignorava que eu devassara as florestas de Honduras e Guatemala, que me nutro de leões e sucuris e que matara dois guardas - talvez três - ao bordejar a fronteira (eles encontraram a loucura e a morte no afã de impedir a infiltração dos sítios sagrados por meus delírios urgentes).
Também relatei a neblina, os lagos ácidos, a peleja com feras na subida ao Pacaya, a lucrativa retrovenda de bastões de caminhada aos infantes nativos e o manejo supersônico de cabos de um quilômetro de extensão, insultando os dosseis.
O relato comoveu a plateia, embora as diferencas de idioma tenham contribuído para certos equívocos e exagerações, dos quais me escuso. À noite a tropa germânica partiu em busca de aventuras, e eu fiquei com minhas memórias, não de todo confiáveis, e um ipod melífluo.
Agora saio pela cidade, para ver o Canal, o casco viejo e outras cosas.
2 comentários:
Belo roteiro, bem planejado. Serve de inspiração para futuro plágio pela dupla dinâmica que escreve o pasquim ViajantesEconomicos.
Marcaremos apreciação de fotos, com certeza.
Um abraço e parabéns pelo roteiro e sua execução.
Júlio César e Izaura
E aí, Júlio! Como foi o fim de ano?
Passei em 5 paises: Panamá, Costa Rica, Nicaragua, Honduras e Guatemala. Esta última foi a melhor surpresa. Imperdível. Povo agradável, lugares soberbos. Costa Rica todos conhecem, é pura diversão (muito mais do que pensei. O lance dos canopis é mais radical do se pensa). Honduras só vale a ilha de Utila e Copán. É super violento e perigoso, com uma policia corrupta. Peitei dois guardinhas sem noção na fronteira, que não sabiam com quem estavam lidando...
Enfim, foi divertido, barato e surpreendente. Menos a Cidade do Panamá, decepção nas compras.
Abração!
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