Começa a viagem. Vaguei a esmo por essa simpatia chamada Milão. Na chegada, ontem, emergi em frente ao Duomo, alvo mármore em formas góticas inesgotáveis.
Bermuda e havaianas chamaram a atenção, e foram devidamente reprovadas na capital da moda européia. Quando as chinelas arrebentaram, marchei descalço por entre Fendis, Armanis, Hermès, para o desgosto de chineses e japoneses, abundantes.
Hoje voltei ao Duomo. Diria que inadvertidamente resisti ao maciço branco. Um certo estranhamento. O mármore vertiginoso, a pedra entregando perfeições pias, a sugestão de transcendência: foi demais.
Refugiei-me provisoriamente na Galeria e provei uma pizza ultra-italiana, honesta e apetitosa.
Voltei à luta com a catedral. Movi a nave no espaco, e obtive argumentos por revolução. Tentei descobrir suas falhas, pesquisei sua projeção nos séculos. Parece que o monolito não consente uma crítica.
Tampouco o monumento me aceitou. Minha arquitetura, insatisfatória, e o acabamento, descuidado, não convenceram.
Seja como for, fui ao castelo e saí pela cidade, seus jardins e cafés. A salada mais inacreditável me aguardava e a burrata era meu destino. Rendido a Sua Excelência, a comida local, fechei a noite no Scalla.
Voltei ao hotel. Emocionados, os funcionários fizeram festa ao me ver calçado.
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