Isla Mujeres. Tomamos o rumo Contoy.
O mar, invejoso, golpeou quanto pôde. Caímos na água turbulenta, enquanto barbatanas cinza, dinossáuricas, denunciavam coisas preocupantes sob as ondas.
Azul com pontinhos planctônicos.
Vi um gigante. Um ônibus pintadinho.
Depois outro e mais outros. Rêmoras pajeavam as criaturas. Dominós de 15 metros lançavam suas exigências, descrevendo uma geometria alimentar.
Ligeiramente afastado do grupo, senti um titã se aproximando, em ondas. A enorme bocarra sorvendo o mar, no que me pareceu um beijo, o maior que já me foi endereçado.
Estremeci, gratificado.
Fotografar não cabia. Na volta, tumultuada, um vento sinistro quase rouba nossas almas.
O ceviche recompôs e trouxe perspectiva: da vida e da aventura.
Parei de temer.
É pra isso que se vive.
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