Hoje concluí a Baja. Voltei aos ônibus pintadinhos e risonhos. Água fria; tubarões calorosos.
São adolescentes, com cinco ou seis metros, nada mais. Nadam bem devagar, como pedindo para serem acompanhados numa valsa lenta. Segui ao lado deles um tempão, em quatro oportunidades. No barco, até ganhei fama de bom nadador. Que calunia!
A certa altura, já cansado, mas curtindo demasiado, tinha duas perguntas, nada triviais:
"Hei, por que esse tubarão está piscando pra mim?" e
"Cadê todo mundo?"
Todo mundo estava na segurança do barco, torcendo por mim...
A verdade é que mergulhei num doce delírio junto a esses monstros gentis. Eu seguia colado, junto à cabeça dos tubarões, que me olhavam. Seu bailado descrevia uma curva suave, em direção a mim, e nos olhávamos respeitosos. Experimentei sentimentos confusos, de alegria e medo, ao sabor das ondas, talvez os mais intensos que já me ocorreram. E, sim, toquei de leve a cauda de um deles e foi como se um avião, de repente, tivesse ganho pele suave, com duas rêmoras firmemente aderidas.
Nadar ao lado de um tubarão desses transmitiu estranha sensação de força e poder.
Nadar ao lado de um tubarão desses transmitiu estranha sensação de força e poder.
Ao final, o melhor ceviche da Baja me aguardava, e uma mariscada igualmente memorável, tudo fresquinho, tudo ao natural. Tudo daqui.
Que é uma maravilha. Viva o México, no puro viver.
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