quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Manihi
Na manhã, pescaria. Os tubarões morderam minha isca (na verdade, eles a comeram). Duas vezes. Um deles foi chamado a bordo, para se explicar.
Minhas iscas continuaram a sumir, vez ou outra, e nenhum peixe, dentre tantos meros e garoupas pintadas, se apresentou.
Snorkelling em Rangiroa
Fui o último a saltar do barco. Emergi numa esteira fluida que me embalava do mar aberto à laguna, num vôo sobre abismos pacificados. Era simples: bastava conduzir o olhar, varrendo a passagem, sem nenhum esforço.
O grupo seguia à frente, e alguns arriscavam mergulhos. O guia foi em busca de algum peixe e, no regresso, voou como um astronauta abaixo, num momento de surfista prateado.
No fim, o barco acolhe os turistas, impedindo que se extraviem laguna adentro, como muitos desejavam.
Após, almoçamos peixes frescos. Os tubarões, não. Caímos na água, para trocar impressões com eles. A certa altura, tendo todos os turistas recuado a bordo, eu fiquei, para mais fotos. Num dado momento, convulsão na água: dezenas de torpedos se lançaram contra mim, e só desviaram no último milímetro, para meu desespero. Eram tubarões famintos, convocados pelo barco às minhas costas, para o almoço. Tão rápido que a câmera só pode lamentar a bateria fraca.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Homeopatia
Hélio Schwartsman, articulista da folha, investe contra a homeopatia, essa lenda moderna. Funciona assim: seus "princípios ativos" são diluídos a tal ponto que não resta nada deles no "medicamento", ou, por outra, resta menos que substâncias como o ouro, arsênico ou chumbo.
Assim, quem toma droga homeopática está rigorosamente sob efeito de placebo, com os mesmíssimos resultados. Não advogo o banimento da homeopatia (está bem, advogo sim...), mas, pelo menos, que as pessoas sejam informadas de que ela não é o que finge ser: terapia médica. Está ao lado do curandeirismo, astrologia e outras formas de ociosidade remunerada. Seus seguidores mantêm o mito da "memória das moléculas", uma mentira cruelmente desmentida pela Física. Se existisse essa memória, um objeto banhado a ouro não demoraria nadinha a se "lembrar" de que também pode ser ouro e, bem, não temos visto isso acontecer...
Segue o Hélio:
Escrevo essa reportagem sob overdose. Acabo de ingerir 60 comprimidos... de um preparado homeopático.
De acordo com a bula do complexo homeopático nº 35, da Farmácia Almeida Prado, destinado a tratar "nervosismo", eu deveria procurar meu médico. De acordo com a química, porém, não preciso me preocupar.
As substâncias do complexo nº 35, preparadas segundo as regras da homeopatia, são tão diluídas que eu não absorvi mais do que uns poucos milhões (106) de moléculas dos ingredientes originais. E isso é insuficiente para produzir efeitos orgânicos.
Para dar termo de comparação, uma colher de chá de açúcar contém 7 sextilhões (7x1021) de moléculas de sacarose. Basicamente, o que eu consumi foram as bolinhas de lactose que servem de excipiente para os comprimidos. Elas bem que poderiam ser mais saborosas.
Fiz esse experimento antecipando-me ao protesto global contra a homeopatia, iniciativa de um grupo de céticos que ocorre em 79 cidades de 27 países neste fim de semana. Os manifestantes vão, como eu, tomar doses maciças de remédios homeopáticos para chamar a atenção da população para o fato de que eles são inertes, isto é, "são feitos de nada", no dizer da campanha. Mais detalhes no site do movimento: www.1023.org.uk.
No Brasil, estão previstas manifestações em São Paulo, Natal e Porto Alegre. Hoje, o braço paulistano vai se reunir na praça Benedito Calixto e precisamente às 10h23 cometerá a "overdose homeopática". Vá e leve seu complexo homeopático favorito, pois não haverá distribuição de drogas no local.
O 10:23 que dá nome ao movimento é uma referência à constante de Avogadro (6,02x1023), a garantia estequiométrica de que preparados em diluições superiores a 12C passam a ter mais chances de não conter nenhuma molécula do princípio ativo do que de conter.
A meta do movimento não é banir a homeopatia, mas levantar a discussão sobre seus fundamentos de modo que as pessoas possam fazer escolhas informadas sobre sua utilização. Outro objetivo é evitar que governos gastem preciosos recursos com tratamentos sem confirmação científica. Seria como financiar pesquisas astrológicas em vez de astronômicas.
PS - Passadas mais de 24 horas da minha overdose, ainda não senti nada, mas, depois de ler a nota da entidade dos homeopatas, fiquei com vontade de me entregar à polícia. Quem gosta de homeopatia poderá dizer que é um efeito colateral do complexo nº 35.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Tropeços da felicidade
HÉLIO SCHWARTSMAN, na folha de hoje, faz um comentário raro sobre felicidade e crenças:
As gêmeas Kauany e Keroly, que nasceram unidas pelo abdome e foram separadas cirurgicamente, receberam alta, informa minha amiga Cláudia Collucci. Logo poderão ir para casa e ser felizes. Sinceramente, espero que sim.
A questão da felicidade, contudo, é mais complicada. Lori e Reba, dos EUA, também são gêmeas siamesas. Estão grudadas pela cabeça há 49 anos. Garantem que são perfeitamente felizes e não querem nem ouvir falar em operação. Nosso primeiro impulso é pensar que estão doidas. Sua condição física é tão limitante que nem conseguem imaginar o que seja felicidade.
É possível, mas elas não estão sós. Segundo Daniel Gilbert, autor de "Stumbling on Happiness" (tropeçando na felicidade), somos todos péssimos em antecipar o que nos fará felizes amanhã. Com profusão de dados, Gilbert explica quais as falhas e viseses da imaginação e da memória que nos levam a repetir os mesmos erros, como casar-se pela quarta vez ou viajar para o litoral no Réveillon.
Mostra ainda que esse é um processo inconsciente, de que nos recusamos a dar conta mesmo quando confrontados com evidências. Duvida? Pois bem, estudos mostram que filhos, na verdade, trazem infelicidade. Quando medimos a satisfação atual de casais (não a imaginada ou lembrada), verificamos que os pimpolhos os deixam menos felizes, ao menos no intervalo que vai do nascimento até o instante em que vão viver fora de casa.
Algo parecido vale para o dinheiro. Ele é bom até o teto de US$ 100 mil ao ano. Rendimentos que excedam essa cifra não acrescentam nada em felicidade. Não obstante, a maioria das pessoas quer ter filhos e ganhar mais. Para Gilbert, são ilusões que prosperam porque são social ou evolutivamente úteis. Pessoas que tiveram a exata dimensão da encrenca que é um filho não passaram seus genes adiante.
PS - Mesmo sabendo que é uma ilusão, devo dizer que adoro meus filhos e aprecio aumentos.
A questão da felicidade, contudo, é mais complicada. Lori e Reba, dos EUA, também são gêmeas siamesas. Estão grudadas pela cabeça há 49 anos. Garantem que são perfeitamente felizes e não querem nem ouvir falar em operação. Nosso primeiro impulso é pensar que estão doidas. Sua condição física é tão limitante que nem conseguem imaginar o que seja felicidade.
É possível, mas elas não estão sós. Segundo Daniel Gilbert, autor de "Stumbling on Happiness" (tropeçando na felicidade), somos todos péssimos em antecipar o que nos fará felizes amanhã. Com profusão de dados, Gilbert explica quais as falhas e viseses da imaginação e da memória que nos levam a repetir os mesmos erros, como casar-se pela quarta vez ou viajar para o litoral no Réveillon.
Mostra ainda que esse é um processo inconsciente, de que nos recusamos a dar conta mesmo quando confrontados com evidências. Duvida? Pois bem, estudos mostram que filhos, na verdade, trazem infelicidade. Quando medimos a satisfação atual de casais (não a imaginada ou lembrada), verificamos que os pimpolhos os deixam menos felizes, ao menos no intervalo que vai do nascimento até o instante em que vão viver fora de casa.
Algo parecido vale para o dinheiro. Ele é bom até o teto de US$ 100 mil ao ano. Rendimentos que excedam essa cifra não acrescentam nada em felicidade. Não obstante, a maioria das pessoas quer ter filhos e ganhar mais. Para Gilbert, são ilusões que prosperam porque são social ou evolutivamente úteis. Pessoas que tiveram a exata dimensão da encrenca que é um filho não passaram seus genes adiante.
PS - Mesmo sabendo que é uma ilusão, devo dizer que adoro meus filhos e aprecio aumentos.
Na mesma Folha, leio:
A israelense Ada Yonath, Prêmio Nobel de química em 2009, coleciona também uma vasta lista de outras premiações. Mas é do título "avó do ano", concedido pela sua neta de 15 anos de idade, que ela gosta mais.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
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