Li, dias atrás, que Noam Chomsky foi escolhido o mais importante intelectual vivo, e que Richard Dawkins ficou em terceiro, por um júri formado por intelectuais de todo o mundo.
É difícil falar de Chomsky. Há dois deles. O primeiro é o maior lingüista que o mundo já produziu. Muitas galáxias além de qualquer coisa que eu e você, ótimo leitor, possamos entender.
O pouco que penso entender de Chomsky me foi passado por Steven Pinker: ele defende a tese de que a linguagem não é inteiramente aprendida, sendo inata, em grande medida. As crianças, segundo Pinker, não são instruídas em todas as regras necessárias a uma lingagem, mas antes as intuem, mediante estruturas mentais inatas (herdadas).
Esqueçamos as estruturas profundas e outras enormidades, e passemos ao ativista político.
O segundo Chomsky faz ataques devastadores à política externa norte-americana (e à de seus satélites), absolutamente impiedosos. Veja-se o ataque à política australiana no Timor, ou à política ianque no Haiti, Iraque, África, Vietnã, etc...
Seu particular ataque aos Kennedy é capaz de deixar o mais rancoroso anti-americano com pena do clã. Sua visão crítica oscila entre o sombrio e o ceticismo desenganado.
No entanto, Chomsky parece necessário. Num mundo de Bush e Putin, Lula e Chavez e Mr. Risadinha (Tony Blair), ele obriga a pensar.
Pena que este seja um passatempo tão aborrecido, para tantos.
Estou orgulhoso de que Dawkins, decano de Oxford, esteja na relação. É meu mestre em biologia e seu entorno. Seus livros são de uma beleza maravilhosa; um alívio diante da tsunami de livros de auto-ajuda que arrasa o mercado e estiola o pensamento.
O cientista, que ocupa a mesma cadeira já ocupada pelo gigante Isaac Newton, tem idéias que nos libertam.
Penso que a lista é justa.
Brasília, 25 de outubro de 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário