Livros que eu julguei
mas não li
sobre a mesa descansam.
São de contas
de ofícios fictos
de sentimentos tramados.
Não lidos
alentam-se uns aos outros
mutuando entre si emoções
que eu não sei
leio algum.
Escalarei a Montanha Mágica?
Prosseguirei em mais Proust?
Agüentarei mais um Kafka?
Guerra e Paz aguarda releitura
manifestações em papel e tinta
da criatividade humana.
Cioran: patife arrivista.
Seus panfletos filosóficos são
a mais deliciosa contravenção
já perpetrada em França.
“A QUEM LER
Se as páginas deste livro consentem algum verso feliz, perdoe-me o leitor a descortesia de tê-lo usurpado eu, previamente. Nossos nadas pouco diferem; é trivial e fortuita a circunstância de que sejas tu o leitor destes exercícios, e eu seu redator.”¹
¹Jorge Luis Borges, Obras Completas, tomo I, editora Globo.
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