quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Que porqueira
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Machu Pichu
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Kakapo
O kakapo (Strigops habroptilus) é uma espécie de papagaio noturno, endémico da Nova Zelândia, notável por ser a única espécie da ordem Psittaciformes incapaz de voar. O seu nome comum significa papagaio da noite em maori. O kakapo é uma ave em em perigo crítico de extinção, com uma população total de apenas 86 exemplares, todos eles monitorados por equipas científicas.
O kakapo é um papagaio de constituição robusta que pode medir até 60 cm de comprimento e pesar entre 3 a 4 quilos, um valor relativamente elevado em relação a outras aves do seu tamanho e que só é possível por ser não voadora. As asas são atrofiadas e pequenas e servem apenas como balanço quando estas aves circulam entre ramos de árvores. A ausência de músculos de voo faz também com que o esterno seja relativamente reduzido por relação ao seu tamanho.
A plumagem do kakapo providencia uma boa camuflagem contra a vegetação nativa e é em tons de verde-seco, listado de preto na zona dorsal, sendo a zona ventral e garganta de cor amarelada. Como não têm penas de voo rijas, os kakapos têm uma plumagem muito suave e macia, o que lhes valeu o epíteto específico habroptilus, que significa precisamente pena suave em Grego. Os kakapos têm penas especializadas na zona do bico, que servem a função de bigodes sensoriais e lhes permitem um melhor reconhecimento do ambiente durante a noite, o seu período de actividade. Como complemento, estas aves têm um sentido de olfacto muito apurado.
Outra característica distintiva dos kakapos é o seu odor intenso, descrito como uma mistura de flores e mel. Apesar de agradável ao nariz humano, este odor provou ser uma enorme desvantagem para a espécie com a introdução dos primeiros predadores, que depressa aprenderam a reconhecer o cheiro do kakapo. Quando em perigo, o kakapo fica paralisado à espera que a sua camuflagem o proteja dos predadores, o que pode ter funcionado com as águias-de-haast e outras aves sem olfacto, mas representava uma estratégia perigosa junto de mamíferos de nariz apurado.
Os kakapos são aves herbívoras que se alimentam de várias espécies nativas da Nova Zelândia, consumindo sementes, frutos e pólen. A sua fonte de alimento favorita é o fruto do rimu, uma árvore endémica do seu habitat. Ocasionalmente, os kakapos podem também alimentar-se de insectos e outros pequenos invertebrados.
Fonte: Wikipedia. Citação de Douglas apud R. Dawkins.
Paul Krugman
Machu Pichu
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
Blackbird, o supremo espião
A força aérea americana, de longe a mais importante do mundo, designa seus aviões de superioridade aérea (caças), pelo prefixo F, seguido de um número. O supercaça F-15 Eagle foi o mais importante avião de guerra do mundo durante mais de 25 anos. Era o único capaz de iniciar uma corrida supersônica na vertical; perfeito em qualquer quesito, ainda está em serviço, mas começa a ceder o lugar para o impressionante F-22 Raptor. Ao lado dos caças, temos os bombardeiros: dentre eles, o B-1B Lancer, monstro do ataque nuclear, ainda em serviço, e o Mirage IVP, gigante francês da dissuasão nuclear, já aposentado.
A mais espetacular aeronave já construída, o SR-71 Blackbird, servia à espionagem. Inspecionei-a no convés de vôo do porta-aviões Intrepid, lasso vaso de guerra estacionado no rio Hudson, em Manhattan. Mesmo ali, despido da mística de hangares secretos, impregnou-me a vertigem de seus vôos de espionagem sobre territórios inimigos, nunca admitidos; acometeu-me um tremor, próprio de quem presenciou a sinistra ascensão desse monstro negro de 85 toneladas. À guisa de propulsores, dotou-lhe a Lockheed de duas explosões estelares, que emitiam fúrias de fogo. O avião sintetiza o gênio militar aplicado à engenharia aeronáutica. Eu me deliciava com os detalhes de sua construção e características, e com os relatos de sua operação, um minucioso roteiro de delírios.
A ninguém que o tenha visto operar num dia chuvoso deixou de ocorrer que o monstro, tirante a raia, tem predicados que o situam entre o tubarão mais senhoril e a cobra mais ameaçadora. Daí, talvez, seu apelido, Habu, agressiva cobra da ilha de Okinawa. Ele voava a 3.500 km/h, a mais de 25.000 metros de altura, ou 85.000 pés. Especula-se que podia superar mach 3,5, e chegar a 30.000 metros de altura. Esses dados sugerem o esforço de engenharia envolvido em sua construção: Uma vez que fica sujeito a temperaturas de 500°C em velocidade de cruzeiro, o avião é construído com resistentes ligas de titânio. Mesmo assim, para fazer face à expansão do material, o revestimento das asas é corrugado: em vôo, as ondulações “alisam”, e os interstícios se fecham; frio, no solo, o Blackbird deixa vazar grande quantidade de combustível. O regime de altas temperaturas também exige o emprego de outros materiais exóticos e caros, que vão desde o revestimento de prata nos pneus até o fluido hidráulico sintético que praticamente solidifica abaixo de 30°C.
A aeronave, uma raia malvada que jurou os céus, consiste na união de uma fuselagem achatada a uma asa-delta, subordinada a dois enormes reatores Pratt Whitney, que geravam 15 toneladas de empuxo, em pós-combustão plena. Únicos no mundo, esses motores mudavam de ciclo a 3.220 km/h, quando os compressores se tornavam desnecessários, e o aparelho seguia em ramjet, sempre furioso. Paradoxalmente, nessa velocidade ele requeria apenas 1/10 do empuxo total, trabalhando próximo do conceito de estatojato, em que compressor e turbina são dispensados. O combustível, a 316°C e sob violenta pressão, simplesmente aspergia a ultradensa coluna de ar e explodia, gerando a tremenda força necessária para todas as injúrias do monstro.
Os preparativos para uma missão tomavam quase um dia inteiro. Enquanto a tripulação vestia trajes espaciais e respirava oxigênio puro, para eliminar o nitrogênio do corpo, a equipe de terra aquecia o fluido hidráulico. O embarque ocorria uns trinta minutos antes da decolagem, com os motores já ligados pelo pessoal de terra. Tinha início um longo processo de checagem, que terminava com a aceleração de cada motor até o máximo de sua força, sem a pós-combustão. Na decolagem, um comboio de veículos de observação fazia uma última inspeção, e um diria tratar-se de um desfile.
O Blackbird era vigiado, nos pousos e decolagens, por um helicóptero, apelidado “Pedro” (em referência ao apóstolo). A corrida era rápida: em afterburn, os brutais motores faziam o monstro negro e trovejante avançar sobre a pista, enquanto as janelas da base estremeciam e um leve tremor tomava conta da terra. Após toda sorte de ignorâncias ele despegava, a 740 km/h, e subia sem dar confiança a seus pajens, insultando a base com poderosas línguas de fogo e um intolerável trovejar. Desaparecia rapidamente do campo visual da multidão de curiosos, que provocava grandes engarrafamentos na autopista vizinha, em Okinawa, destacamento de onde partia para vigiar os clientes preferenciais: Coréia do Norte, China, Vietnã. Subia quase verticalmente, até 25.000 pés, para se encontrar com um avião-tanque, já que o perdulário consumia todo o combustível no esforço da decolagem. Após o lanche (45.000 litros), o Blackbird subia até 33.000 pés e, num insensato mergulho de 3.000 pés, quebrava a barreira do som, retomando, então, a longa marcha até a altitude de serviço. Na subida final, nada podia fazer o SR-71 parar.
A missão. Alcançada a altitude operacional (18.000 metros), a tripulação desligava os instrumentos de rastreamento de solo, e as comunicações eram desviadas para freqüências confidenciais. O avião se orientava por um sistema astro-inercial de precisão extrema, que trabalhava rastreando as cinqüenta estrelas de seu catálogo. As missões eram feitas em curvas suaves sobre a área de interesse, já que o raio de giro mínimo do aparelho era de 260 a 290 km, a mach 3. Nas altitude e velocidade de cruzeiro o avião ficava instável, e o piloto automático comandava quase totalmente. Mesmo em vôo “manual”, um sistema de aumento de estabilidade de oito canais corrigia as oscilações do aparelho. Era necessário, ainda, que um mecanismo selecionasse os coeficientes e as deflexões dos elevons, internos e externos. O avião padecia de instabilidade inerente quando ganhava ou perdia altitude e simultaneamente dava guinadas; a centragem não podia ser obtida senão bombeando combustível para frente ou para trás do negro corpo. Não chegava a ser como o impensável vetor nuclear B-2 Spirit, a asa voadora, comandado por uma junta de computadores, quadruplamente redundantes, que vota a cada microssegundo a atitude de vôo. Misteriosas, as missões duravam de duas horas e meia a cinco horas, e podia incluir cinco reabastecimentos em vôo.
O SR-71 era ideal para trabalho fotográfico, e cobria um país, em pouco tempo (suas câmeras fotográficas oblíquas focalizavam 113 km de cada lado; ele podia varrer 259.000 km² por hora). Bem adaptado para Elint (espionagem eletrônica) e obtenção de imagens por radiação infravermelha ou por radar, não era muito bom em Comint (espionagem de comunicação), porque simplesmente não permanecia tempo suficiente no mesmo lugar para ouvir uma conversação inteira. Diferia radicalmente do U-2, o rei da Comint, utilizado pela CIA, capaz de vadiar durante horas ao redor de uma área, assuntando a conversa alheia. Pintado de cinza escuro fosco, em velocidade de cruzeiro o supremo espião tornava-se azul, talvez pelo acúmulo de iras, e não podia ser visto acima de 12.000 metros. Incontáveis mísseis se perdiam, desolados, no espaço onde um SR-71 tinha acabado de passar. Deslocando-se a aproximadamente 50 km/min ele simplesmente era mais rápido que os mísseis que deveriam interceptá-lo. Teria sido inteligente fazer uma barragem de mísseis à sua frente, provocando um choque, mas a estratégia nunca foi tentada.
Frente a mim, apesar de seus bordos de ataque, descomunais cutelos que ardiam a quase 500°C em velocidade de cruzeiro; apesar de sua alma furtiva e inclinada a sigilos, o monstro estava dócil, e cabia um carinho. No frio intenso do inverno novaiorquino, escaparam homenagens ao feroz pássaro negro, síndico-geral dos céus durante tanto tempo. Nas alturas em que operava o céu é escuro, e vigem estrelas abandonadas. Rendi sofridas homenagens a esse senhor dos céus, namorador de estrelas, vetor de todas as espionagens e de vastas insolências. Campo Grande, 27 de novembro de 2005.
domingo, 8 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Saramago
sábado, 12 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
Paul Krugman
domingo, 22 de março de 2009
Procura
pesquisa insatisfatória. Às vezes
é muito difícil me reconhecer na
pergunta que o espelho irradia, e que
me responde?
Às vezes torturo o espelho,
anseio geral por um mínimo
atributo de mim. Tardonho,
sindico o espelho. Irrisão,
vasta procura, que mal comecei
e admite errâncias.
12 de novembro de 2008.
domingo, 15 de março de 2009
Dani Rodrik
Dani Rodrik, economista, professor de Harvard, no blog do Vinicius:
Foram os economistas os que legitimaram e popularizaram a ideia de que um setor financeiro sem amarras representava um benefício para a sociedade. Eles falavam quase de maneira unânime quando se tratava dos "perigos da regulamentação excessiva do governo". Seu conhecimento técnico - ou o que se assemelhava a isso à época - lhes conferiu uma posição privilegiada de formadores de opinião, bem como acesso aos corredores do poder.
A falta não reside no campo da economia, mas no campo dos economistas. O problema é que os economistas (e os que lhes dão ouvidos) ficaram excessivamente confiantes nos seus modelos preferidos do momento: os mercados são eficientes, a inovação financeira transfere risco aos melhor capacitados para arcá-lo, a auto-regulamentação funciona melhor e a intervenção do governo é ineficaz e prejudicial.
A macroeconomia pode ser o único campo aplicado na disciplina de economia no qual mais treinamento aumenta a distância entre o especialista e o mundo real, devido à sua dependência de modelos altamente irreais, que sacrificam a relevância em favor do rigor técnico. Lamentavelmente, em vista das necessidades atuais, os macroeconomistas fizeram pouco progresso em planos de ação desde que John Maynard Keynes explicou como as economias podem ficar atoladas no desemprego devido à demanda agregada insuficiente. Alguns, como Brad DeLong e Paul Krugman, dirão que o campo já regrediu. "
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
sábado, 24 de janeiro de 2009
Gato
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Obama
Miriam Leitão, no panorama econômico de hoje:
Fábio Konder Comparato
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Responsabilizando os culpados
domingo, 18 de janeiro de 2009
Krugman
sábado, 17 de janeiro de 2009
Miriam Leitão
Foi ruim enquanto durou. O governo George W. Bush mentiu, torturou, prendeu pessoas sem acusação, teve prisões secretas, arruinou a economia, deixou um rombo nas contas públicas, desrespeitou a ONU, fez duas guerras, bloqueou acordos contra o aquecimento global, desamparou as vítimas do Katrina, censurou cientistas. Sim, foi pior do que o governo que odiávamos tanto: o de Richard Nixon.
Não, a História não lhe dará razão. Pode fazer o contrário: confirmar as piores suspeitas. Já começa a fazer isso. Bob Woodward, sempre ele, o lendário repórter do Watergate, publicou no “Washington Post” a confirmação de que em Guantánamo se torturava. Mohammed Al-Qahtani, um saudita, foi mantido isolado, impedido de dormir, exposto nu a frio extremo, sofreu afogamentos e outras perversidades próprias de governos extremistas. Quem confirmou isso ao jornalista não foi um “garganta profunda”, mas alguém de quem se sabe nome, rosto e cargo: a juíza Susan Crawford, funcionária do Pentágono, com autoridade de decidir quem deveria ir ou não a julgamento. Qahtani não irá a julgamento porque seu interrogatório foi criminoso. “Nós torturamos”, reconheceu.
George W. Bush foi para a vida americana o que o AI-5 foi no Brasil. Pessoas sumiam sem qualquer acusação formal, eram mantidas presas sem processo e formação de culpa, cientistas do governo, que alertaram sobre aquecimento global, foram perseguidos ou tiveram seus textos alterados, cidadãos tiveram conversas gravadas sem autorização judicial.
No princípio, foi a fraude eleitoral; no fim, o apocalipse econômico. O governo Bush foi todo equivocado, com um intervalo em que ele perdeu a chance aberta por uma tragédia: o 11 de Setembro. A primeira eleição foi perdida no voto popular e vencida no colégio eleitoral graças à manipulação na contagem dos votos no estado governado pelo irmão Jeb Bush, a Flórida. Foi o pior momento recente do sistema eleitoral americano, em que se viu o quanto o sistema e o método de votação haviam envelhecido.
(...) Saddam Hussein era um ditador e ninguém o chora, a não ser seus adeptos ferrenhos. Mas a civilização ganharia se ele fosse deposto de outra forma. O julgamento viciado e o enforcamento grotesco não ajudam a fortalecer princípios e valores democráticos.
Bush não criou um mundo mais seguro com suas guerras sem fim. O mundo estará mais seguro dentro de dois dias, quando chegar ao fim a era Bush. (...)
Na economia, seu governo não foi apenas inepto. Foi irresponsável. Foram perseguidos e silenciados os que dentro da máquina pública alertaram para o risco da bolha imobiliária. Os sinais da excessiva ausência do Estado, no seu papel regulador e fiscalizador, ficaram cada vez mais contundentes. E a resposta foi mais ausência. Bush chegou a tentar nomear executivos da indústria de derivativos para órgãos reguladores do setor imobiliário. Surfou na bolha para se reeleger. O estouro lançou o mundo na era de incerteza. E até ontem, hora final, a crise bancária voltou a piorar.
Os republicanos tinham ao menos a fama de ser responsáveis fiscalmente. Hoje já não podem dizer isso. O governo George W. Bush recebeu os EUA com superávit orçamentário e entrega o país com um enorme déficit, que pode chegar a US$ 1,3 trilhão, e uma dívida crescente.
Bush sabotou deliberada e persistentemente todos os esforços do mundo para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Não por acaso, o estado campeão de emissões no país é exatamente o Texas. Foi incompetente no Katrina, antes e depois da tragédia, e não entendeu o alerta da natureza. Qualquer minuto de atraso na luta para preservar o planeta é um crime contra as gerações futuras, que herdarão a Terra.
Difícil saber onde Bush não errou. A boa notícia desta manhã de sábado é que faltam dois dias para o fim dos longos e duros oito anos. Terça-feira há de ser outro dia.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Garcia
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Krugman
domingo, 4 de janeiro de 2009
Verissimo
Luiz Fernando Verissimo, no blog do Noblat:
Não acredito na reencarnação, mas confesso que tenho um medo: o de morrer, ser reencarnado e encontrar reencarnada uma das pessoas com quem vivo discutindo a reencarnação, dizendo que não acredito. E que não perderá a oportunidade de, todas as vezes que nos encontrarmos, gritar:
- Eu não disse?!
Não vai dar para agüentar.
Também me imagino chegando no céu e descobrindo que é tudo exatamente como o descrevem os crentes, ou pelo menos exatamente como o descrevem as anedotas. São Pedro, o portão, os anjos, tudo.
- Eu não acredito no que estou vendo! - direi.
São Pedro entenderá mal minha exclamação e dirá:
- Bacana, né?
- Não. É que eu era ateu e não acreditava em nada disso.
- E agora, acredita?
- Claro.
- Então vai para o inferno - dirá São Pedro, já levando o dedo ao botão que abre o alçapão.
- Mas, por quê? - perguntarei, espantado.
- Adesistas não.
E tem aquela do cara que chega no céu e enquanto preenche a ficha na recepção vê passar dois barbudos conversando animadamente. Começa a perguntar:
- Aqueles dois não são...
- São eles mesmos - diz São Pedro. - Marx e Freud. Na sua caminhada matinal.
- Mas, eles aqui?
- Qual é o problema?
- Era o último lugar em que eu esperava encontrar esses dois. Marx, o materialista ateu, que dizia que a religião era o ópio do povo. Freud, o homem que liquidou com a idéia da alma eterna. No céu?!
- Bom, nossos critérios de admissão são flexíveis...
Nisso Marx e Freud começam a discutir em altos brados.
- O que é isso? - pergunta o recém-chegado.
- Você não conhece o velho ditado? Dois judeus, quatro opiniões diferentes.
- Mas eles parecem que vão se engalfinhar!
- Você devia ver quando Jesus caminha com eles. Aí ninguém se entende.
Outro cara chega no céu entusiasmadíssimo. "Que maravilha!" diz, olhando em volta. A vida eterna. Paz para sempre. Tudo imutável e perfeito.
- É - diz São Pedro. - Mas você devia ver isto aqui nos bons tempos...