Cansei de
invectivar o comunismo e sua tentativa de negar o ser humano. Como disse algures,
o comunismo é uma doutrina indefensável, mesmo
em princípio. Eurípedes Alcântara faz um ótimo trabalho, ao criticar a obra
de Eric Hobsbawn, um comunista que tentou negar os crimes dos camaradas contra a humanidade. Vamos ao texto:
O marxismo é um
credo que tem profeta, textos sagrados e promete levar seus seguidores ao
paraíso. Os poucos sistemas políticos erguidos sobre essa fé desapareceram.
Sobraram umas ilhas de miséria insignificantes. Como todas as teocracias, os
governos marxistas foram ditatoriais, intolerantes, rápidos no gatilho contra
quem discordava deles — foram estados assassinos. O escritor inglês H.G. Wells,
autor de A Guerra dos Mundos, descreveu o alemão Karl Marx (1818-1883) como
"uma mente de terceira, postulador de uma tese de segunda, propagandeada
por fanáticos de primeira".
(...) o marxismo
atua no mesmo nível mental da transcendência, área distante da que processa os
pensamentos e atos racionais. Isso explicaria por que, mesmo morto e enterrado
como teoria e prática, o marxismo sobrevive como igreja — ou igrejinha, quando
instalado em círculos acadêmicos. Cardeal da seita, Hobsbawm tinha convicções
impermeáveis aos fatos e à lógica.
Karl Marx se
acreditava um observador científico da realidade cujas afirmações sobre a
superação do capitalismo pela revolução comunista não eram meras previsões.
Eram profecias. A classe operária ficaria tão numerosa e miserável que tornaria
inevitável o confronto vitorioso final com a burguesia. Algo deu errado. Em vez
de empobrecerem, os operários foram ficando mais ricos - muito mais ricos do
que seus antepassados jamais sonharam. Os países europeus, alvo de Marx,
aplacaram a radicalidade das massas com reformas e assistência social.
Mais à frente ele
anota:
(...) nas religiões
a realidade não tem valor de convencimento. Os crimes cometidos por líderes e
seu aparato de eliminação dos adversários (e dos aliados incômodos), a
derrocada moral e material da seita? São eventos insignificantes para os
convertidos. Hobsbawm fingiu que
não eram com ele a censura, as execuções sumárias da polícia política, os
gulags; silêncio sobre a operação planejada de matar de fome, por vingança,
duas dezenas de milhões de habitantes da Ucrânia, um dos mais odiosos processos
conduzidos por Stalin. Tal barbaridade seria repetida mais tarde por Mao
Tsé-tung na China e Pol Pot no Camboja, genocidas que ele também bajulou.
E conclui:
Como seria o
paraíso comunista? Marx, escritor prolixo, descreveu-o brevemente uma única
vez: "Na sociedade comunista, onde ninguém tem uma esfera exclusiva de
atividades, a sociedade regula a produção em geral e isso torna possível à pessoa
fazer uma coisa hoje e outra amanhã, caçar de manhã, pescar à tarde, criar gado
de noite, escrever críticas literárias depois do jantar, exatamente o que eu
pretendo fazer, sem nunca me tomar caçador, vaqueiro ou crítico". Não se
sabe por que no paraíso comunista a caça & pesca é vital e o gado é albino,
já que deve ser criado no escuro.
Mas será que, em
nome dessa fantasia, teria sido mesmo necessário produzir um Himalaia de
cadáveres de inocentes? Que motivos levam gente até bastante ilustrada a acreditar
nessa escatologia pueril? A fé. O fanatismo com que encampam dogmas comunistas
tais como "a moralidade é uma ilusão" ou "a ética é uma arma da
elite dominante". (Isso lembra algo e alguém no Brasil de agora?) Tantas
mortes, tanta miséria intelectual e moral para quê? Para podermos pescar, caçar
e criar gado à noite, ora!
Um comentário:
Só essa que faltava, chamar o vagabundo judeu "Karl Marx"(Kissel Mordekay), de "alemão"!
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