1. Hong Kong.
Restaurantinho pequeno, familiar, aconchegante. O gerente-garçom atende em inglês. Com fome desmedida, peço dois pratos principais.
Ele me repreende:
- É muito, para pessoa tão pouca. Escolha um prato.
- Me faz um peixe?
Meia hora depois chega o peixe, fumegante, atraindo olhares dos fregueses, em regime de inveja. Tempero com apelo tailandês, o que quer dizer algumas lágrimas durante o jantar: pimenta, gengibre e uns talos de estranhos vegetais.
O peixe explodia sabores em todas as direções. Divino. E o gerente tinha razão: eu não conseguiria comer mais nada naquela noite.
Custou uns doze reais, chá incluído.
2. Cingapura.
Comida italiana (pasta) se encontra em todo o mundo. Lembro de uma pizza numa cidadezinha da Austrália. Um escândalo de sabor. Não me lembro de nada igual na Itália, Argentina ou EUA.
Comi uma pizza bem convincente aqui em Cingapura. Massa fina, crocante, ingredientes bem escolhidos, presunto parma menos marcante do que deveria.
Fica a saudade da Cantina Romana, a casa de massas onde os garçons me chamam pelo nome, e eu a eles.
3. Carestia.
Em Budapeste tudo é caro, à exceção do hotel. Cingapura não consente exceções. Num país islâmico a cerveja custa umas quatro vezes o equivalente no Brasil.
Parei com cervejas.
Exceto um chope weiss, bávaro, muito amigo, cheio de credenciais e um sabor marcante. Seis dólares, no happy hour.
4. Moda local.
Os “cingapurinos” moram em pombais verticais deprimentes. São cohabs de 30, 40 andares, tudo igual, com roupas estendidas em inacreditáveis varais de alturas vertiginosas. A mesma moda de Hong Kong.
Pensando bem, a mesma moda de Lisboa (exceto quanto à altura). Não haveria modo menos arriscado de secar roupas?
Eu jamais deixaria minha cueca (única) tremulando a 100 metros de altura, ah, não senhor.
Em Cingapura os guias dizem, a toda hora, que determinada coisa é “a maior” ou “the finest” do sudeste asiático. Suponho que Cingapura também abrigue o varal mais alto, ou mais insensato, do sudeste asiático...
5. Politiquinha.
a) Pervez só precisou municiar um lunático para se livrar de Benazir. Como é fácil a vida dos ditadores...
b) Serra e Aécio conseguiram, no episódio da CPMF, ser mais malandros que Lula (o que é raro). Fingiram apoiar o governo, enquanto preparavam o enterro do imposto, para enfraquecer Lula e o PT. Perdida a receita, o governo inda lhes deve dinheiro. Nada mais edificante que a política.
6. Nomes.
Incrível a quantidade de fionas encontradas aqui Ásia, ultimamente. Em todo passeio, não há direção que eu olhe sem me deparar com uma (normalmente indiana).
Não há nada de errado em se chamar Fiona (em que pese ser esse o nome da mulher do ogro Shrek). Ocorre que, na maioria das vezes, sou obrigado a introduzir, mentalmente, um e antes do i e logo depois do f, para adequar o nome à pessoa...
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