Há muito dispensei os amigos de elogiar meus textos.
Mas não meus inimigos.
Elogios rasgados, espalhafatosas e falcíssimas irrogações de genialidade são-lhes exigidos rotineiramente.
Os recalcitrantes são punidos; os que, elogiando, simulam um grau inconvincente de sinceridade, recebem logo maus-tratos.
Hoje quase não tenho inimigos. Por que será?
Minha escrita continua dividindo pessoas. Como amiúde acontece nos assuntos humanos, formam-se, nítidos, dois partidos: os que se sentem ofendidos e os que se indignam com meus textos. Em geral, costumo acompanhar os primeiros.
Quanto aos resultados desses sentimentos, novamente temos dois grupos, funcionando em regime de paixão: os que exigem minha crucificação e os que se contentariam com meu apedrejamento. Prefiro não tomar parte nessa questão, tormentosa.
25.3.2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário