Proferi
algumas palavras, que pretendi edificantes: raras, ou uma xaropada, a platéia
evadiu-se, sonida. Não estou informado das novidades do evangelho, ignoro as
boas novas.
Desagradou-lhes
algo, não sei. Naquela tarde tudo me condenou, exceto um cão, que aceitou parte
do lanche.
Seja
como for, não desperdicei a chance. Gabei o ócio, investi no lazer, arrisquei
uma defesa - precária - da amizade, mas também nisso resultei inconvincente. As
pessoas até defendem a amizade, desde que as deixemos em paz.
Comecei
discorrendo sobre o altruísmo, as vantagens de ajudar o próximo, os deleites de
ser bonzinho o tempo todo, mas, atento às inclinações da platéia, fui
incorporando algum individualismo, até finalmente aceitar a tese de que
deveríamos ser livres para não termos seguros de saúde e previdência; ou
dirigirmos carros sem freios e cintos de segurança.
Um comentário:
xou...
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