domingo, 10 de março de 2013

Horas

Horas demoras oras
boquirrotas pessoas

horários desmaiados
pedem espaço, fugas.

O horizonte aos poucos fendido
numa cortina escura de nuvens;
as árvores dos altos da Afonso Pena
intentam dedos verdes ao vento.

A cortina aos poucos esvaziando a visão
e seu discurso auto-referente.

Transidas árvores do parque
na comunhão do orvalho estival.

As pessoas não param para ver a chuva
seu diálogo com o imêmore ambiente.

Árvores móveis, as pessoas
não homenageiam a chuva,
precipital fonte do verde.

Apanho esse transporte,
na estação que finda,
mas quase não vou.

Vi chuvas chegarem e irem
sem entender seu delíquio.

Somos uma e mesma perda
 que frutifica.

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