domingo, 5 de outubro de 2008
O manejo do tempo
Fomos perdulários no manejo
do calendário todos esses anos.
A largura dos dias
a altura dos meses
a profundidade da vida,
imprópria para o uso:
somos malabaristas bêbados
equilibrados sobre o fio do tempo.
Há muito não me envio epístolas
na faina desairosa do ócio.
Procuro procuro procuro-me
no espelho no retrato nos escritos.
O que me acho é vago
é vão é cego e vário,
eu ordinário.
A chance ilusória de deter
o assalto do tempo,
aprisioná-lo em nossa
desapercebida mocidade.
Os achados da maturidade,
os vacilos ante o mortal:
oscilamos humanos
entre exigências de deuses.
19.10.2001
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