Alguns leitores me mandaram mensagens apontando problemas com os relatos envolvendo tubarões.
Não me entendam mal: eles acreditam na narrativa (correta e verdadeira), e até gabam a coragem de enfrentar tão formidável fera (eu entendi que eles referiram a coragem dos tubarões, mas enfim). Aproveitaram para acrescentar novos episódios, que eu havia esquecido (ou omitira, por modéstia ou pudor) e elogiaram os gentis socos ministrados nos focinhos insolentes.
Ao parecer o problema é o estilo.
Já outros relataram imprudência na exposição dos fatos; que o texto de modo algum padece de um excesso de verossimilhança, e me admoestaram a não mais fatigar o leitor com feras insatisfatórias.
Seja como for, hoje, em Tikehau, encontrei novos tubarões, e eles não estavam mais amistosos, nem mais prevenidos que os últimos.
Eu tirara uma soneca na varanda, após o vôo. Os peixes faziam uma reunião bem debaixo de minha sala de estar. Coisa importante, porque durou a tarde inteira. Eu desci para investigar.
Tinha uns carinhas dando voltas, aparecendo aqui e ali, e todos se gostando daquelas improbidades. Não gostei de estar no centro dessas voltinhas, nem de os demais peixes terem sumido. E o número de tubarões só aumentava.
"Ara, sô! Acaso terei de ensinar a arte de bem receber a esses patetas?".
Como a bateria da câmera se acabara (e só por causa disso), subi, para um banho morno e a entrada do sol no mar.
À noite, nova convocação de peixes, com os meus pães.
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