Napoleão era dotado de um soberbo senso de realismo, um conhecedor
de pessoas. Désabusé, nunca fez amigos “para toda a vida”, sem dúvida por
saber do que são capazes os “amigos”.
Brilhante, surfista
do poder, aproveitou-se da cratera aberta no peito da sociedade francesa pela
Revolução Francesa para se infiltrar nas veias do poder. Foi ousado – abriu
fogo contra os rebelados parisienses quando percebeu que a nação já não
suportava essas rebeliões, diárias – e soube dissolver o Diretório, coisa que
todos os detentores ou aspirantes ao poder desejavam, desde o rei guilhotinado,
mas ninguém sabia como fazer. Depois aceitou casar-se com Joséphine, livrando
Barras de uma considerável despesa.
Barras estava à cata
de rameiras mais novinhas e mais baratinhas. Dois dias depois das bodas, foi
premiado com o estratégico comando das forças francesas na Itália. O fato não
bastou para desencorajar o autor a dizer que o casamento nada teve a ver com a
nomeação.
Aos 28 anos, ele se tornara o homem mais poderoso da República. O Diretório
(sob Barras) fez o gracejo de pedir a Napoleão que invadisse a Inglaterra.
Esperto, ele recusou esse passaporte para uma tumba no oceano, preferindo ir
farrear no Egito, onde perdeu tudo e voltou “avec ses culottes pleins de
merde”. Pelo menos o Egito era longe, o que agradava o ciumento e receoso
Diretório.
Então, três personagens sinistros: Sieyès, Talleyrand e Fouché, arquitetaram o
golpe do 18 Brumário, que
“foi uma coisa vil, pois todos os envolvidos estavam prontos a trair todos os
demais, e nenhum deles cumpriu o que havia jurado fazer. Se Bonaparte se transformou
em governante de excepcional deslealdade e falsidade, devemos recordar que ele
provinha de um ambiente político no qual a palavra dada nada significava, onde
não existia honra e o assassinato era rotineiro”.
Fortalecido,
Napoleão armou pra cima do Diretório, cuja legitimidade se esvaía. Simulou ser
atacado fisicamente no recinto, o que lhe valeu o direito de prender seus
membros, ordenando uma nova Constituição, que dissolvia o Diretório,
instituição central da política francesa desde o início da Revolução, e
estabelecia um “consulado”, por emulação do império romano. Outorgada, a
Constituição foi confirmada em plebiscito, com 3.571.329 sins e 2.570 nãos. Um
lindo trabalho de falsificação de resultados eleitorais que fariam os olhos de
um Bush ressumarem.
Daí impôs-se cônsul vitalício (1802) e finalmente imperador (1804). Sieyès
escorregou para debaixo do tapete da história e hoje é lembrado por seu
panfleto sobre o Terceiro Estado. Fouché, sacerdote corrupto e terrorista com
Robespierre, transformou-se no chefe da primeira polícia secreta do mundo.
Nunca demonstrou lealdade a qualquer pessoa ou a coisa alguma, mas contou com
vasto orçamento e incontáveis informantes. Talleyrand seguiu chanceler de
Napoleão, conquanto tenha estabelecido contato com as cortes inimigas da
Áustria e Rússia e com alguns principados, funcionando na prática como agente
duplo e recebendo as gratificações correspondentes. Até por essas traições, foi
indicado negociador francês dos tratados pós-guerras napoleônicas.
Pretextando
Napoleão, reproduzo este sumário da ambição humana (p. 87-8):
“É melancólico
que os potentados da terra se vejam obrigados a recorrer às medidas mais
mesquinhas dos débeis: tomar contra um amigo o partido do inimigo; juntar-se a
acusações contra ele, ditadas por este último; não ter crédito em qualquer dos
lados; voltar ao amigo ou afastar-se dele, conforme as peripécias da guerra;
desejar secretamente que o amigo o desculpe pela necessidade, o pretexto dos
mendigos; não conseguir jamais fornecer justificativa para sua conduta além de
‘misteriosas disposições da Providência’, que são o último refúgio dos
indigentes morais... Foi isso o que os aliados da Inglaterra acostumaram-se a
fazer durante toda a guerra desta contra a França. Quando a Inglaterra
conseguia formar uma coalizão contra Napoleão, eles o denunciavam por sua
ambição e entravam em guerra contra ele. Quando a coalizão era desfeita por
seus exércitos, mudavam de idéia por ordens dele, denunciavam a Inglaterra e se
juntavam a ele para lutar contra a aliada. Isso foi a ronda de suas histórias:
alternância de coalizão e tergiversação; ora um discurso e uma guerra contra
Bonaparte, que os derrotava; em seguida, um discurso e uma guerra contra a
Inglaterra, que os comprava; novamente um discurso e uma guerra contra
Bonaparte, que os derrotava outra vez; e então, como antes, um discurso e uma
guerra contra a Inglaterra, que novamente os comprava. Enquanto isso, aceitavam
tudo o que podiam obter, tanto do inimigo quando do amigo, tomando com avidez
os pedaços de terra que Bonaparte lhes atirava por sua mesquinhez e, em
seguida, embolsando os milhões de Pitt, pelos quais ainda pagamos até hoje.”
Não é linda a saga humana?
Napoleão, ao contrário de Hitler, tinha alguns méritos: era capaz de construir
mentalmente o teatro da guerra a partir de uns toscos mapas; dono de uma visão
tática superior e conhecedor intuitivo dos meandros da política, afetava-se
administrador, ostentando certo verniz de estadista. Suas raivinhas, premeditadas,
iludem alguns até hoje; “seu” código civil ainda é citado.
Sem embargo de algum dote de administrador, Napoleão presenteou aos EUA toda a
“Louisiana”, um território tão vasto e estratégico que teria desequilibrado o
jogo entre potências em favor da França, obstando, no nascedouro, a emergência
dos EUA. Ela abarcava 828 mil milhas quadradas e em seguida se transformou em
13 estados norte-americanos. Bonaparte a vendeu por 15 milhões de dólares, ou
dez centavos por hectare. Ele estava ocupado demais incendiando a Europa para
se dedicar ao fardo de administrar essa riqueza geopolítica (da mesma forma
como se recusou a administrar a segunda metade da ilha Hispaniola, conhecida
como Haiti, com os resultados que se sabe).
Segundo Johnson, os Estados Unidos foram a potência que mais se beneficiou, de
forma permanente, da era bonapartista. O que explica Napoleão é a singularidade
monstruosa da Revolução Francesa ou, melhor, do Terror. O Terror devorou uma a
uma todas as pessoas politicamente importantes da França. Mirabeau tombou
vítima de doença; Danton e Lavousier foram as maiores perdas; Robespierre, o
melhor descarte. Produziu uma corrente de ar ascendente de rara intensidade que
levou um obscuro tenente ao posto de “imperador”.
Ao perceber, antes de qualquer outro, a viabilidade da salva de metralha sobre
os revoltosos parisienses, demonstrou conhecer a fraqueza do Diretório (medo e
aversão ao populacho) e abriu caminho para o alto. Os corpos despedaçados de
alguns incautos testemunham sua pressa. Depois, foi escolhido a mão militar do 18 Brumário,
golpe de estado que objetivou implodir o Diretório, até onde meus conhecimentos
chegam. Barras, herdeiro direto de Robespierre na liderança do Diretório, era
um deslumbrado. Chegou a instituir um culto a sua pessoa. Foi o primeiro a usar
Napoleão como mão militar de um projeto político débil e suspicaz. O tolo
perfeito para ser usado pelo gênio matreiro de Bonaparte.
Tento situar
Napoleão no estrito teatro político francês. Outros grandes genocidas, depois
dele, não serão explicáveis no âmbito angusto de suas nações.
As guerras.
Napoleão começou a
cair com a recusa britânica de aceitar suas conquistas e legitimá-las por meio
de um tratado geral de paz. A marinha britânica era financiada pelo ouro
proporcionado pelo Revolução Industrial nascente, e forçava os navios franceses
a apodrecerem nos portos. Napoleão respondeu com o Sistema Continental, que consistia em um boicote universal aos produtos
britânicos em todos os países “onde as armas francesas reinassem”. Nem na
França as leis desse boicote eram cumpridas. Espanha e Rússia, em especial, não
se entusiasmaram. A Espanha, império decadente, estava às portas de uma guerra
civil, quando as facções em luta conceberam a idéia luminosa de pedir a mediação
de Bonaparte. Desculpa perfeita para uma invasão aberta, que degenerou numa
guerra de desgaste, apoiada languidamente pelos britânicos. 250.000 soldados
franceses e todos os principais generais de Bonaparte, além do próprio, durante
vários meses, não conseguiram erradicar certas espanholadas na península
ibérica. Enfadado, Napoleão resolveu brincar com outro urso.
Campanha da Rússia.
Num claro paralelo com Hitler,
“A impossibilidade de uma rápida vitória na
Espanha ou mesmo qualquer vitória decisiva, foi uma das principais razões que
levaram Bonaparte a lançar uma ofensiva contra a Rússia.”, diz o autor. O
Sistema Continental era particularmente contrário aos interesses econômicos
russos. Nas palavras do autor, “O comércio pelo Báltico era de vital
importância (...) e já fora severamente perturbado pelas lutas da Dinamarca,
relutante aliada da França, contra a Noruega, a Suécia e a Grã-Bretanha. Com
efeito, a aliança da Dinamarca com a França acabara por levá-la à falência e a
repudiar suas dívidas. Em 1811, a economia do Báltico estava arruinada e por
isso o czar fazia ouvidos surdos à queixa de Bonaparte de que ele não fazia
executar o sistema.”
Napoleão podia mobilizar 650.000 soldados, alguns deles
franceses, mas a Rússia é um continente, acostumada a zombar de superlativos.
Em fins de junho de
1812, Napoleão cruzava o Neva, com forças que a seguir se espalhariam por 100,
150 quilômetros. Somente os serviços de apoio comboiavam por mais de dez
quilômetros, com 35.000 carroças, cavalos, gado para matança, ambulâncias e
veículos para transportar de volta o produto das pilhagens. Havia 950 peças de
artilharia e um comboio de cinco quilômetros de vagões de munição. Mas, ao
final desse verão, o efetivo desse exército fora reduzido à metade (devido às intermináveis
planícies asiáticas, escaldantes e quase sem água), e começara a prática de
matar seus próprios cavalos. No caminho das forças invasoras, os aldeões
queimavam as plantações, numa política não prevista de terra arrasada.
Gabavam-se, ainda, do incivil hábito de assar os soldados desgarrados da Grande Armée. Kutuzov, com 70.000
infantes, 25.000 cavalarianos e cossacos e 600 canhões, tomou posição em
Borodino, a apenas 100 quilômetros a sudoeste de Moscou. Bonaparte avançou a
partir de Smolensk, com 160.000 homens e 550 peças de artilharia, numa batalha
imortalizada pelo gênio de Tolstói. Bonaparte ganhou a batalha, mas perdeu
50.000 soldados, que não seriam repostos. O caminho estava livre para a
capital, mas não para a vitória. Os russos resolveram purificar pelo fogo sua
antiga capital, deixando aos franceses a opção de assarem seus cavalos para a
refeição.
O Czar, que havia
deixado seus dois exércitos vagando a esmo e alegrara-se com a purificação de
Moscou, não capitulou. Em meados de outubro Napoleão sentia o peso de seu
excesso de confiança. Com a proximidade das nevascas, e o previsível fechamento
das estradas, comandou a retirada de Moscou, com o exército reduzido a 95.000
homens; a maioria dos cavalos perecera, algo desairosamente, nas churrasqueiras.
Bonaparte chegou a
Smolensk em 9 de novembro, mas os alimentos deixados em depósito haviam sido
devorados pelos desgarrados famintos, em número de 30.000. Seu exército, agora
em debandada, contava 40.000 homens, numa contundente demonstração do poder de síntese
das guerras. Em 5 de dezembro Napoleão tirou o dele da reta, anunciando sua
urgência em partir para Paris, após perder mais 20.000 soldados na travessia do
Berezina. Nessa aventura os russos fizeram não menos de 200.000 prisioneiros,
cujo destino não é difícil imaginar.
Após esse desastre
vitórias fugazes e derrotas acachapantes no teatro europeu fizeram de Napoleão
um líder moribundo. Ao destruir o Império Austro-Húngaro, ele acabou abrindo
caminho para a unificação e supremacia militar dos ávidos estados germânicos
que, liderados pela Prússia, não tardariam a derrotá-lo, como ocorreu em
Leipzig, em outubro de 1813. Bonaparte retirou-se, seu poderio militar colapsou
e ele teve de lutar, pela primeira vez, em solo francês.
Entre 1812 e 1813,
ele perdeu 1.000.000 de homens, e os franceses não estavam entusiasmados para
pagar por seus delírios. A “abdicação” veio em abril de 1814, após uma batalha
desesperada para evitar a invasão de Paris. Ali o império se dissolvia,
formalmente. Luís XVIII, irmão do rei guilhotinado, foi restaurado ao trono, ao
mesmo tempo em que Napoleão chegava ao exílio e recebia o título oficial de
“imperador e governante de Elba”, obra do sarcasmo de Talleyrand.
Meses depois, cansado de servir de atração turística, da mesquinharia dos
Bourbon, que não enviavam o dinheiro da pensão anual pactuada e vendo o rotundo
fracasso do trono restaurado, Bonaparte fugiu da ilha, mediante estratagemas e
mentiras. Iludiu a Nação, conseguiu reunir novo exército, com que começou nova
guerra contra as potências européias, que de qualquer forma marchariam contra
ele. Após algumas batalhas sobreveio Waterloo, que Napoleão quase ganhou,
segundo o autor.
Creio que o general Grouchy honestamente vendeu Napoleão aos ingleses, já que
seria desonesto um general não saber ler mapas. Com isto, abreviou-se a agonia
de Napoleão, a essa altura com 45 anos de idade e 4 ou 5 milhões de mortes nas
costas.
Ele partiu em férias finais para um penedo com 45 quilômetros de
circunferência, no Atlântico Sul, cujo porto cultivava a amizade de navios
militares e mercantes. Em Santa Helena a disenteria amebiana não era
infreqüente. Ali viveu por 6 anos, em companhia de uma dúzia de serviçais e um
seleto grupo de cortesãos (um animado círculo de ciúmes e intrigas), ao custo
anual de meio milhão de napoleões de ouro ao contribuinte britânico.
Tendo resumido um resumo, e perpetrado impiedosas citações, quero agora
dedicar-me a essa ótima morte, a de Napoleão. A República Francesa finge
cultuar a memória de Napoleão, mas reservadamente deve lembrar que ele deixou a
França menor que a encontrou, em 1799, além de ter doado ilicitamente um vasto
território na América, sem outro proveito que ajudar um império rival a dominar
o mundo. Seis dos cortesãos de Napoleão, além do camareiro, escreveram
memórias, que “discordam grandemente entre si, muitas vezes em simples questão
de fato”. O ponto é: Napoleão foi envenenado? Napoleão valia muito, enquanto
mito. Até que surjam testes adequados, capazes de determinar com precisão
aceitável se houve ou não envenenamento, devemos trabalhar com o material
disponível, que é o contexto da morte. Encaremos assim: a Grã-Bretanha o queria
morto, e não apenas pelo dinheiro gasto com seu exílio. Tratava-se de um homem
perigoso, capaz de sublevar as massas francesas, induzindo guerras já
desnecessárias.
Para a nova elite francesa, também não interessava Napoleão vivo, pelos mesmos
motivos dos ingleses. O país tinha apurado até à borra a fórmula do
homem-forte, do self-made-man, e seus grandes males: “o endeusamento da força e
da guerra, o Estado centralizado e todo-poderoso, o uso da propaganda cultural
para apoteose do autocrata, a mobilização de povos inteiros na busca do poder
pessoal e ideológico”. Em meio a essa genuína e desculpável busca de um
cadáver, única maneira de tornar Napoleão dócil e previsível, ele tem de ter
sido envenenado. Do ponto-de-vista britânico, o corpo seria emblema da vitória
final, demonstração indisputável do britannia rules. A França
necessitava de um herói sem mácula, um gigante entre pigmeus.
Evidentemente, o homem Napoleão, com seu fardo culpável de incompetências,
covardias e mentiras era um estorvo. Necessário que a morte o absolvesse de
seus crimes e imprudências. A morte operou esse milagre, como previsto.
A prova é que até um
gigante (Victor Hugo), passou a fazer-lhe festas, gesto bem pouco honesto,
mesmo para quem tinha um pai general do corso. Termino agora este resumo,
sofrível. O leitor não traído pelo sono há de ter adivinhado certas
inconsistências, certas ilicitudes não atribuíveis ao texto resenhado.
Introduzi na biografia essas facilidades, essas ligeirezas com o fito de
torná-la menos árdua, ainda que mais fátua. Hão de ter reparado como não me
interessei pelos detalhes de Warterloo, nem por seus assombrosos antecedentes.
De fato, como
aceitar que o genocida tenha voltado a enfeitiçar a nação, e imediatamente
conseguido carne fresca para os canhões, sabidamente insaciáveis? Que ele tenha
escapado da ilha com seus 1000 soldadinhos, nada de mais. Que tenha mentido
para alguns caipiras ao sul de Grenoble, granjeando seu apoio, nada de mais. O
que não dá pra aceitar sem luta foi a adesão de militares de alta patente e das
massas, ocorrida em março de 1815, o que o permitiu adentrar Paris sem
oposição. O general Ney, mandado para prendê-lo, aderiu (Posteriormente os
franceses o gratificaram, com o enforcamento).
Os Bourbon fugiram,
escandalizados com a própria covardia e oportunismo. O núcleo do poder se abria
para um Napoleão surpreso, que dele abusou sem hesitação.
Advogo que as massas têm o direito de errar, já que pagam o almoço dos
genocidas. Fernando Collor, por exemplo, ganhou o direito divino de confiscar
uma quantidade impensável do dinheiro dos pobres e da classe média brasileira,
com o louvor dos economistas e da elite, que casualmente não enfrentou esse
dissabor. Não é mesmo um azar, caro leitor, que o roubo nunca tenha chegado ao
Supremo Tribunal Federal?
Os presidentes americanos iniciam guerras sempre que surge alguma dificuldade
interna. Não importa o país, não importa a desculpa: roda-se o globo e, onde o
dedo parar, aí estarão os marines, em questão de semanas. É claro que se o dedo
recair em alguma potência militar ou econômica, recomenda a prudência proceder
a novo sorteio. Assim, os panamás, os afeganistãos, os iraques, as granadas
estarão sempre às mãos.
No caso da escapadela de Elba, foram 100.000 mortos. Nada mau, para um passeio.
Mas não teria sido preferível deixar Napoleão na confortável vitrina insular?
Não compreendo as escolhas das multidões, de forma que ora me detenho ante esse
mesmerizador de massas, militar prolixo, homem de vasta fúria. Deixo de
condenar Paul Johnson, autor do resumo que me serviu de base, por entender que
suas ingenuidades e omissões são sinceras e estão na média dos historiadores
cristãos, embora enxergue certa inconsistência entre os atributos historiador e cristão.
Outubro
de 2004.